Da ilusão transcendental à ilusão antropológica: Foucault em defesa de Kant
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v1i18p73-88Palavras-chave:
homem – empírico – transcendental – ilusão.Resumo
O presente artigo procura lançar luz sobre a figura do homem moderno enquanto um duplo empírico transcendental, tal como a caracteriza Michel Foucault, principalmente em As palavras e as coisas e na introdução à Antropologia de um ponto de vista pragmáticode Kant. Segundo Foucault, nossa modernidade é marcada pela descoberta kantiana do transcendental. Desde então, o homem pode ser pensado tanto empiricamente quanto transcendentalmente; tanto em suas determinações empíricas quanto em suas condições de possibilidade. A diferença entre empírico e transcendental que, em Kant, designa duas maneiras possíveis de pensar o homem sofrerá, contudo, uma inflexão, e passará a designar uma diferença ontológica no interior do próprio homem. A nova figura do homem como duplo empírico transcendental será fruto, portanto, de uma confusão entre aquilo que é da ordem do empírico e aquilo que é da ordem do transcendental. Tal confusão será denominada por Foucault de ilusão antropológica e deverá ser compreendida como uma nova interpretação e uma repetição da ilusão transcendental apontada por Kant na Crítica da razão pura. Assim, se a ilusão transcendental consistia numa transgressão natural da razão para além dos limites da experiência, a ilusão antropológica consistirá numa transgressão do alerta kantiano acerca da distinção entre empírico e transcendental, uma vez que pretenderá conhecer positivamente a finitude que está na origem da ilusão transcendental.Downloads
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Referências
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Publicado
2011-06-01
Edição
Seção
Artigos
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Copyright (c) 2011 Carolina de Souza Noto

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Como Citar
Noto, C. de S. (2011). Da ilusão transcendental à ilusão antropológica: Foucault em defesa de Kant. Cadernos De Ética E Filosofia Política, 1(18), 73-88. https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v1i18p73-88