Espinosa e Nietzsche: conhecimento como afeto ou paixão mais potente?
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2014.82438Palavras-chave:
Conhecimento. Afeto. Paixão. Espinosa. Nietzsche.Resumo
Nietzsche declara em uma carta de 1881 que sua filosofia e a de Espinosa partilham de uma “idêntica tendência geral”, resumida na fórmula: “fazer do conhecimento o afeto mais potente”. Contudo, em anotações do mesmo período da carta declara que se para Espinosa o conhecimento é um afeto para ele o conhecimento é uma paixão. O que significa, em Espinosa, definir o conhecimento como afeto e, em Nietzsche, o conhecimento como paixão? Para responder a esta questão delimitamos dois objetivos. Primeiro: compreender porque Espinosa define na Parte V da Ética o conhecimento de terceiro gênero como o afeto mais potente e não um paixão. Para tanto, precisamos verificar: 1. a distinção entre os termos paixão e afeto no contexto da teoria dos afetos (Parte III); 2. a relação entre a teoria dos três gêneros do conhecimento (Parte II) e a teoria dos afetos (Parte III). Segundo: examinar o que significa, para Nietzsche, o conhecimento como paixão. Delimitamos essa pesquisa aos textos do período da carta tendo por fio condutor as expressões: “paixão do conhecimento” (Erkenntniß der Leidenschaft) e “nova paixão” (neue Leidenschaft).
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