Universo discursivo dos textos do “Massacre de Realengo”: por uma ampliação da noção de perfil sociolinguístico em contextos forenses
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2018.150528Palavras-chave:
Perfis sociolinguísticos, Sociolinguística, Semiótica, Linguística forense, FiguratividadeResumo
O objetivo deste trabalho é analisar alguns textos encontrados pela polícia durante a investigação do que ficou conhecido como “Massacre de Realengo” (ocorrido no Rio de Janeiro em 2011), focalizando a recorrência semântica como “criadora” do efeito de sentido de pertencimento do enunciador a um determinado “grupo social”, que aqui denominaremos “universo discursivo”. Com isso, pretende-se discutir a ideia de “grupo social” no âmbito da sociolinguística e suas implicações para a elaboração de perfis sociolinguísticos em contextos forenses, propondo a ampliação desta noção e incluindo o exame do nível discursivo nos moldes da semiótica greimasiana no rol de possíveis procedimentos de análise, principalmente em textos curtos e em que não seja possível um estudo de variáveis linguísticas nos moldes da sociolinguística. A pergunta que se coloca é: como determinar algum grupo social em que se insere o autor dos textos sob exame, para se selecionar ou “desselecionar” suspeitos quando esses textos são em geral curtos e não apresentam variáveis linguísticas suficientes para que se estabeleçam categorias sociais com confiança? A hipótese é que a recorrência semântica aponte para algum grupo social, não necessariamente demográfico, mas uma espécie de “comunidade discursiva” ou “rede discursiva”, que compartilhe as mesmas práticas, valores, ideologias, etc., e que seja depreendida dos textos.
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