Interpretação paleoambiental dos calcretes da Formação Marília na região de Uberaba (MG)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v17-423Palavras-chave:
Carbonatos Continentais, Pedogênese, Diagênese, Neocretáceo do Brasil.Resumo
Calcretes são acumulações secundárias de carbonato de cálcio continentais formadas próximo à superfície como resultado de processos pedogenéticos e diagenéticos, produzindo grande variedade de morfologias e texturas. Na Formação Marília (Cretáceo Superior da Bacia Bauru) na região de Uberaba (MG), os calcretes têm sido estudados por seu significado paleoclimático e paleoambiental. Contudo, sua origem e relações entre processos de sedimentação, pedogênese e eodiagênese carecem de estudos detalhados. Em campo, foram distintas quatro morfologias de calcretes no Membro Ponte Alta (nodular, brechoso, venular e maciço) e três no Membro Serra da Galga (nodular, laminar e hardpan). Os calcretes do Membro Ponte Alta são formados por processos palustres e/ou diagenéticos freáticos, marcados pela presença de micrita com feições de exposição subaérea, ostracodes, biválvios e carófitas, e por intensa cimentação espática e neomorfismo. No Membro Serra da Galga, calcretes nodulares e laminares são caracterizados por associação de microfeições pedogênicas e biogênicas, tais como tramas cristalíticas, rizotúbulos, Microcodium e esferulitos, embora cimentação por calcita espática diagenética ocorra pontualmente. Os calcretes tipo hardpan ocorrem no topo de perfis de paleossolos e possuem origem poligenética, com sobreposição de feições palustres e diagenéticas. Na Formação Marília, a formação de calcretes está relacionada à emergência ou ao rebaixamento de águas subterrâneas sobressaturadas em carbonato de cálcio em sedimentos ou perfis de solo. A predominância de feições diagenéticas freáticas e palustres no Membro Ponte Alta sugere condições climáticas semiáridas com períodos de maior pluviosidade e/ou aumento das taxas de subsidência durante sua deposição.
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