Controles mineralógicos e geoquímicos do níquel em rochas ultramáficas no escudo Sul-Riograndense

Autores

  • Thamy Lara de Souza Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Instituto de Geociências
  • Marcus Vinícius Dorneles Remus Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Instituto de Geociências
  • Norberto Dani Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Instituto de Geociências

DOI:

https://doi.org/10.5327/Z1519-874X201400040005

Resumo

Este trabalho investiga os processos controladores da mobilidade e concentração do níquel em rochas ultramáficas serpentinizadas no Escudo Sul-Riograndense (ESrg). Foram selecionadas quatro unidades ultramáficas: Complexo Serrinha, Sequência Cerro Mantiqueira, Maciço Pedras Pretas e Complexo Cambaizinho. Com o uso de técnicas convencionais foi possível classificar quimicamente as rochas e relacionar os aspectos texturais com a variação da intensidade dos diferentes eventos que modificaram a mineralogia dos protólitos. Por meio da microssonda eletrônica foram analisadas olivinas e serpentinas para a determinação das concentrações de níquel e suas variações nas unidades investigadas. Foram identificados os minerais portadores de níquel e a relação dos eventos com a mobilidade e concentração dos elementos ao nível da rocha. As olivinas do Maciço Pedras Pretas contêm baixos teores em níquel, com valores variando de 0,08 a 0,29%, e um valor médio de 0,17%, enquanto as olivinas da Sequência Cerro Mantiqueiras contêm teores mais elevados de NiO (máximo 0,44%), estabelecendo um valor médio de 0,35%. Em relação à composição, as olivinas do Maciço Pedras Pretas e da Sequência Cerro Mantiqueiras são homogêneas, enquanto aquelas do Complexo Cambaizinho mostram variações composicionais entre Fo92 e Fo84 e teores de NiO entre 0,17 e 0,30%. No Complexo Serrinha não foram identificadas olivinas devido à intensa serpentinização. No Complexo Cambaizinho e Sequência Cerro Mantiqueiras as serpentinas tendem a apresentar concentrações de níquel mais elevadas que o determinado para as olivinas do protólito, porém, nesta última sequência, os teores também empobrecem em algumas serpentinas. Com a comparação das concentrações de níquel entre as unidades foi possível identificar que a Sequência Cerro Mantiqueiras apresentou os maiores valores de NiO nas olivinas, enquanto o Maciço Pedras Pretas, as menores concentrações. Outra importante constatação é que os teores de níquel nas unidades estudadas do ESrg são equivalentes aos valores observados em outras rochas ultramáficas no mundo.

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Publicado

2014-12-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Souza, T. L. de, Remus, M. V. D., & Dani, N. (2014). Controles mineralógicos e geoquímicos do níquel em rochas ultramáficas no escudo Sul-Riograndense . Geologia USP. Série Científica, 14(4), 81-98. https://doi.org/10.5327/Z1519-874X201400040005