Alimentação saudável: percepções dos educadores de instituições infantis

Autores

  • Tatiana Yuri Assao Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Nutrição
  • Ana Maria Cervato-Mancuso Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Nutrição

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.19874

Palavras-chave:

Alimentação, Crianças, Educadores, Creches

Resumo

OBJETIVO: Analisar as percepções dos educadores sobre a alimentação saudável no âmbito escolar. MÉTODO: Estudo transversal de abordagem qualitativa no qual se utilizou o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), técnica baseada nas representações sociais, que permitiu a organização e tabulação de dados de natureza verbal, obtidos por meio de entrevistas com 78 educadores de 8 instituições infantis públicas do município de Jandira, São Paulo. RESULTADOS: A alimentação saudável para as crianças, sob o ponto de vista destes profissionais, foi percebida a partir de diferentes dimensões como: a variedade e a diversidade da alimentação; a quantidade e qualidade adequada, que atendesse às necessidades biológicas e às preferências alimentares; de consistência adequada, que fosse natural e oferecida nos horários certos. Muitos dos fundamentos que compõem uma alimentação saudável foram citados, porém verificou-se que algumas questões importantes não foram lembradas, como: a procedência e a preparação dos alimentos; a realização das refeições em ambientes calmos e a satisfação das necessidades emocionais e sociais. Ressaltando ainda que, dentre os itens contemplados, alguns apresentaram contradições e distorções, como as questões das preferências versus gostos alimentares e da consistência. CONCLUSÃO: A maioria das percepções dos educadores sobre a alimentação saudável observadas nos discursos demonstraram-se inadequadas quando comparadas aos parâmetros da promoção dos hábitos alimentares para as crianças. Práticas e percepções estas, que podem, em alguns casos, influenciar a conduta destes profissionais no momento das atividades de alimentação.

Referências

Bassedas E, Huguet T, Solé I. Aprender e ensinar na educação infantil. Porto Alegre: Artes Medicas; 1999. p.21-27.

Birch LL. Children ́s preferences for high fat foods. Nutr Rev. 1992; 50: 249-55.

Birch LL. Psychological influences on the childhood diet. J Nutr. 1998;128: 407S-10S.

Giugliani ERJ, Monte CMGM. Recomendações para alimentação complementar da criança em aleitamento materno. J Pediatr. 2004; 80(5):S131-S141.

Jodelet D. As representações sociais. Rio de Janeiro: UERJ; 2001. p.17-44.

.Lefèvre F, Lefèvre AMC. Depoimentos e discursos: uma proposta de análise em pesquisa social. Brasília: Líber Livros; 2005.p.13-27.

Lefèvre F, Lefèvre AMC. Discurso do sujeito coletivo: um novo enfoque em pesquisa qualitativa (desdobramentos). Caxias do Sul: EDUCS; 2003. p.13-46.

Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec; 1992. p.10, 120-127.

Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Guia alimentar para população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília (DF): MS; 2006. p.15-44.

Ministério da Saúde. Ministério da Educação. Portaria interministerial nº 1.010 de 8 de maio de2006 [homepage na internet]. Brasília; 2006. Disponível em URL: http://dtr2004.saude.gov.br/sas/legislacao/portaria1010_08_05_06.pdf [2007 maio 15].

Philippi ST, Colucci ACA, Cruz ATR, Ferreira MN, Coutinho RLR. Alimentação saudável na infância e na adolescência. In: Silva MV, organizador. Curso de atualização em alimentação para professores de rede pública de ensino. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq); 2000. p.46-56.

Prefeitura do Município de Jandira [home pagena internet]. São Paulo; 2007. Disponível em: http://www.jandira.sp.gov.br [2007 abr 15].

Proença RPCP, Poulain J. Sociologia da alimentação: um enfoque na compreensão dos comportamentos alimentares. In: Taddei JAAC, coordenador. Jornadas científicas do Núcleo Interdepartamental de Segurança Alimentar e Nutricional. Barueri: Manole; 2007. p.165-178.

Rizzo G. Creche: organização, currículo, montagem e funcionamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 2000. p.121-133.

Rotenberg S, Vargas SD. Práticas alimentares e o cuidado da saúde: da alimentação da criança à alimentação da família. Rev Bras Saúde Materno Infat. 2004; 4(1): 85-94.

Silva DO, Recine EGIG, Queiroz EFO. Concepções de profissionais de saúde da atenção básica sobre a alimentação saudável no Distrito Federal, Brasil. Cad Saúde Pública.2002; 18(5): 1367-1377.

Silveira LDBR, Goldenberg M. Hábitos e preferências alimentares de crianças com três a cinco anos de idade. Pró-Fono Rev Atual Cient. 2001; 3: 37-44.

Stein LM, Ramos M. Desenvolvimento do comportamento alimentar infantil. J Ped. 2000;76(3): 229S-237S.

Vieira MNCM, Santos GVB, Resende CMM. Nutrição da criança pré-escolar e escolar. In: Monteiro JP, Júnior JSC. Nutrição e metabolismo: caminhos da nutrição e terapia nutricional da concepção à adolescência. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2007. p. 278-310.

Vitolo M. Nutrição: da gestação à adolescência. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Editores;2003. p.145-151.

Downloads

Publicado

2008-08-01

Edição

Seção

Pesquisa Original