Prevalência do aleitamento materno no brasil segundo condições socioeconômicas e demográficas

Autores

  • Daniela Wenzel Município de São Paulo; Secretaria de Educação; Departamento de Merenda Escolar
  • Sônia Buongermino de Souza Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Nutrição

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.20013

Palavras-chave:

aleitamento materno, prevalência, indicadores socioeconômicos

Resumo

OBJETIVO: quantificar a frequência do Aleitamento Materno (AM) no Brasil, macro-regiões e áreas urbanas e rurais, segundo variáveis socioeconômicas e demográficas. METODO: amostra de 2958 crianças, de zero a um ano de idade, representativas da população brasileira. Os dados são da Pesquisa de Orçamentos Familiares-POF, 2002-2003. Utilizaram-se para análise, com tabelas de contingência, os testes qui-quadrado e de tendência para verificar as relações entre as variáveis com significância de 5%. RESULTADOS: no grupo de crianças com até 180 dias de idade, a frequência da amamentação foi de 58%. Nas regiões, foram 63%, 59%, 51%, 61% e 56%, respectivamente para Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-oeste. Na área rural foi de 60% e na urbana 58%. Mães com maior renda e maior escolaridade apresentaram 60% e 65%, respectivamente. No grupo com mais de 180 dias a frequência no Brasil foi de 35%. Nas regiões foram: 44%, 34%, 37%, 34%, 28%, respectivamente para Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-oeste. Na área rural foi de 39% e na urbana de 34%. Mães com menor renda e menor escolaridade apresentaram 38% e 40%, respectivamente. CONCLUSÃO: as maiores prevalências foram verificadas nas regiões Norte e Nordeste do País. Os padrões de AM diferiram quanto à faixa etária. No grupo de crianças com até 180 dias, mães com maior renda e escolaridade apresentaram maior frequência da amamentação. Por outro lado, no grupo com mais de 180 dias, a prevalência foi maior entre mães de menor renda e escolaridade.

Referências

Araújo MFM, Del Fiaco A. Pimentel LS. Et al. Custo e economia da prática do aleitamento materno para a família. Rev. Bras. Saúde Materno Infant. 2004; 4(2): 135-141.

Ergenekon-Ozelci P, Elmaci N, Ertem M, Saka G. Breastfeeding beliefs and practices among migrant mothers in slums of Diyarbakir, Turkey 2001. Eur J Public Health. 2006; 16(2):143-8.

Kries RV, Koletzko B, Sauerwald T, Mutius EV, Barnert D, Veit Grunert, et al. Breast feeding and obesity: cross sectionalstudy. BMJ. 1999; 319: 147-150.

Toschke AM, Thorsteinsdottir KH, Kries RV. Meal frequency, breakfast consumption and childhood obesity. Int J Pediatr Obes. 2009; 21:1-7.

Schack-Nielsen L, Sørensen TIa, Mortensen EL, Michaelsen KF. Late introduction of complementary feeding, rather than duration of breastfeeding, may protect against adult overweight. Am J Clin Nutr. 2010; 91(3):619-27.

Kramer MS. Breastfeeding, complementary (solid) foods, and long-term risk of obesity. Am J Clin Nutr. 2010; 91(3): 500-1.

Escuder MML, Venâncio SY, Pereira JCR. Estimativa de impacto da amamentação sobre a mortalidade infantil. Rev Saúde Pública. 2003; 37(3):319-25.

Victora CG, Behague DP, Barros FC, Olinto MT, Weiderpass E. Pacifier use and hort breastfeeding duration: cause, consequence or coincidence? Pediatrics.1997; 99:445-539.

Mihrshahi S, Ichikawa N, Shuaib M, OddyW, Ampon R, Dibley MJ, et al. Prevalence of exclusive breastfeeding in Bangladesh and its association with diarrhoea and acute respiratory infection: results of the multiple indicator cluster survey 2003. J Health Popul Nutr. 2007; 25(2):195-204.

World Health Organization. Evidence forthe ten steps to successful breast-feeding Rev. ed. Division of Child Health and Development. 2004.

Venâncio SI, Monteiro CA. A tendência da prática da amamentação no Brasil nas décadas de 70 e 80. Rev. Bras. Epidemiol. 1998; 1:40-49.

IBGE. Metodologia do Estudo Nacional da Despesa Familiar – ENDEF 75. Rio de Janeiro: Fundação IBGE; 1983.

Instituto Nacional de Alimentação a Nutrição. Pesquisa Nacional sobre saúde e Nutrição. Brasília, DF; 1990.

Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde. Rio de Janeiro: BEMFAM/DHS/IBGE/MS/ UNICEF, PNDS, 1997.

Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde. Relatório final. Rio de Janeiro: BEMFAM/DHS/IBGE/MS/ UNICEF, PNDS, 2008.

Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área de Saúde da Criança. Prevalência de aleitamento materno nas capitais brasileiras e no Distrito Federal. Brasília: Ministério da Saúde; 2001.

Kummer SC, Giugliani ERJ, Susinc LO, Follettod JL, et al. Evolução do padrão de aleitamento materno. Rev Saúde Pública. 2000; 34(2):143-8.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de orçamentos familiares, 2002-2003. Aquisição alimentar domiciliar per capita, Brasil e grandes regiões. Rio de Janeiro; 2004.

Pérez-Escamilla R. Breastfeeding and the nutritional transition in the Latin American and Caribbean Region: a success story? Cad. Saúde Pública. 2003; 19(Sup.1):S119-S127.

Suárez Gil P, Alonso Lorenzo JC, López Díaz JL, Martín Rodríguez D, Martínez Suárez MM. Prevalencia y duración de lalactancia materna en Asturias. Gac Sanit. 2000; 15 (2): 104-110.

Niquini R P, Bittencourt S A, Lacerda E MA, Leal M C. Fatores associados à introdução precoce de leite artificial, Município do Rio de Janeiro, 2007. Rev. Bras. Epidemiol. 2009;12(3): 446-457.

Wallby T, Hjern A. Region of birth, income and breastfeeding in a Swedish county. Acta Paediatr. 2009; 98(11):1799-804.

Downloads

Publicado

2011-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais