PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Autores

  • Edson Vanderlei Zombini Universidade Nove de Julho
  • Carlos David de Almeida Hospital Infantil Cândido Fontoura – Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo
  • Fernanda Palma Curvelo Vilar Silva Universidade Nove de Julho
  • Elza Sumie Yamada Universidade Nove de Julho
  • Naomi Kawaoka Komatsu Programa de Controle de Tuberculose – Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo
  • Sumie Matai de Figueiredo Programa de Controle de Tuberculose – Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.50391

Palavras-chave:

tuberculose, epidemiologia, criança, adolescente, perfil clínico.

Resumo

A existência de tuberculose na infância é um bom indicador da extensão da doença bacilífera e daineficiência do controle do agravo na população adulta. Objetivo: descrever o perfil clínico eepidemiológico de crianças e adolescentes que evoluíram clinicamente com tuberculose. Método:Realizou-se um estudo retrospectivo de levantamento de dados de prontuários envolvendo todos ospacientes com o diagnóstico de tuberculose, assistidos na unidade de internação e ambulatório depneumologia de um Hospital Infantil da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, SP, Brasil, noperíodo de 31/07/2005 a 31/07/2010. Resultados: Foram diagnosticados 45 casos de tuberculose,a maioria na faixa etária de menores de 4 anos de idade e adolescentes, todos vacinados com BCGID. A forma clínica mais comum foi a pulmonar seguida da pleural e meníngea. Dos casos atendidos,98% procuraram o hospital espontaneamente para investigação diagnóstica. Tosse e febre foram ossintomas mais relatados. Dos casos levantados, 18 (40%) possuíam contatos intradomiciliares comadultos portadores de tuberculose pulmonar. As características radiológicas mais encontradas forama opacidade e o derrame pleural. Dos casos investigados 32,5% apresentaram positividade paraidentificação de micobactéria. A maioria dos pacientes era fortes reatores à prova tuberculínica. Atuberculose na infância é um aspecto negligenciado, na maioria das vezes, na avaliação decomunicantes de um adulto com tuberculose pulmonar bacilífera. Frequentemente as crianças sãoassistidas quando apresentam sintomas da doença já instalada. O controle de comunicantes é umaforma precoce e eficiente de diagnosticar e tratar crianças com tuberculose, reduzindo o sofrimentoe diminuindo a chance de aparecimento de formas graves da doença.

Biografia do Autor

  • Edson Vanderlei Zombini, Universidade Nove de Julho
    Médico Pediatra do Hospital Infantil Cândido Fontoura – Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo; Pós-graduando, nível doutorado,da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo; Professor de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Nove de Julho
  • Carlos David de Almeida, Hospital Infantil Cândido Fontoura – Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo
    Médico Pediatra do Hospital Infantil Cândido Fontoura – Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo
  • Fernanda Palma Curvelo Vilar Silva, Universidade Nove de Julho
    Doutoranda do 6º ano de medicina da Faculdade de Medicina da Universidade Nove de Julho.
  • Elza Sumie Yamada, Universidade Nove de Julho
    Médica Pediatra, especialista em alergia; Professora de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Nove de Julho

Referências

Nogueira PA. A tuberculose na infância. Pediatria (São Paulo) 2004; 26(2):76-7.

Sztajnbok FR, Boechat NL, Sztajnbok DCN, Ribeiro SB, Oliveira SKF, Sant'Ánna CC. O desafio da tuberculose na faixa etária pediátrica frente a novas técnicas diagnósticas. J Pediatr. 2009; 85(3):183-193. ISSN 0021-7557 http://dx.doi.org/10.2223/JPED.1893

WHO. Global tuberculosis control. Report 2009. [acesso em 05 jun 2012]. Disponível em: http://www.who.int/tb/publications/global_report/2009/en/index.html

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de Tuberculose. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. 2010. [acesso em 05 jun 2012]. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_de_recomendacoes_controle_tb_novo.pdf

BRASIL. Rede Interagencial de Informações para a Saúde - RIPSA. Indicadores e Dados Básicos para a Saúde. 2009. [acesso em 05 jun 2012]. Disponível em: http://www.ripsa.org.br/php/index.php

Secretaria da Saúde de São Paulo. Centro de Vigilância Epidemiológica. Divisão de Tuberculose. Tuberculose em números - série histórica de 1998 - 2010. [acesso em 05 jun 2012]. Disponível em: http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/TB/num.htm

David SG, Sant'Anna CC, Marques AM. Quimioprofilaxia da tuberculose na infância. J Pediatr. 2000; 76(2): 109-14. ISSN1678-4782 http://dx.doi.org/10.2223/JPED.42

Ferreira ML, Gonçalves RSB, Nogueira TCM, Rocha LC, Souza MVN. Tuberculose infantil: tratamento e problemas relacionados. Rev Bras Farm. 2007; 88(1): 39-45.

Sant'Anna CC, Mourgues LV, Ferrero F, Balanzat AM. Diagnóstico e terapêutica da tuberculose infantil - uma visão atualizada de um antigo problema. J Pediatr. 2002; 78(2): 205-214. ISSN 0021-7557. http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572002000800011

Maciel ELN, Dietze R, Lyrio RP, Vinhas AS, Palaci M, Rodrigues RR, Struchiner CJ. Acurácia do lavado gástrico realizado em ambiente hospitalar e ambulatorial no diagnóstico da tuberculose pulmonar em crianças. J. Bras Pneumol. 2008; 34(6): 404-411. ISSN 1806-3713 http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132008000600011

Sant'Anna CC. Tuberculose na criança. J pediatr. 1998; 74(1):69-75.

Sant'Anna CC. Tuberculose na infância e na adolescência. São Paulo: Atheneu; 2002.

Abdaco DL, Steiner P. Gastric lavage is better than bronchoalveolar lavage for isolation of M. tuberculosis. Pediatr Infect Dis J. 1992;11:735-8 ISSN 0021-7557 http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572002000800011

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. II Diretrizes Brasileiras para Tuberculose. J Bras Pneumol. 2004; 30(1): 24-36. ISSN 1806-3713 http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132004000700002

Barreto ML, Pereira SM, Ferreira AA. Vacina BCG: eficácia e indicações da vacinação e da revacinação. J Pediatr. 2006; 82(3): 45-54. HTTP://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572006000400006

Brito AM, Castilho EA, Szwarcwald CL. AIDS e infecção pelo HIV no Brasil: uma epidemia multifacetada. Rev Soc Bras Med Trop. 2000; 34(2): 207-217. http://dx.doi.org/10.1590/S0037-86822004000400005

Publicado

2013-01-23

Edição

Seção

Artigos Originais