A HORA E A VEZ DE AUGUSTO MATRAGA OU “DE COMO ALGUÉM SE TORNA O QUE É”

Autores

  • Adélia Bezerra de Meneses Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i10p64-80

Palavras-chave:

Guimarães Rosa, A hora e a vez de Augusto Matraga, inconsciente, individuação, kairós, alquimia.

Resumo

Dentro do recorte “literatura e inconsciente”, a proposta é um estudo de A hora e vez de Augusto Matraga, de Guimarães Rosa, sob a luz dos versos de Píndaro: “torna-te aquilo que és”. Com efeito, nesse conto vemos a passagem de Nhô Augusto a Matraga: um percurso de singularidade – ou um processo de individuação – em que a original violência desabrida da personagem é vetorializada e adquire um rumo ético. Mas, como diz o narrador, ele é Matraga, “o homem”: “A civilização está sendo constantemente criada de novo, de vez que cada pessoa, assim que ingressa na sociedade humana, repete esse sacrifício da satisfação instintual em benefício de toda a comunidade” (Freud, Conferências introdutórias à psicanálise I, 1915). E nos baseando num dos possíveis significados do nome do protagonista (Matraz = vaso alquímico), na marca com que é ferrado (o triângulo dentro de um círculo) e na importância da sua “hora” (seu kairós) – elementos que não são aleatórios, mas participam do mesmo sistema de pensamento, aposta-se na possibilidade de uma interpretação da transformação sofrida pela personagem na linha de um opus alquímico: da grande depressão em que foi lançado a sua “hora e vez”, sua áurea hora (Aurora) na luta de morte com Seu Joãozinho Bem-Bem.

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Publicado

2007-12-06

Edição

Seção

Ensaios

Como Citar

Meneses, A. B. de. (2007). A HORA E A VEZ DE AUGUSTO MATRAGA OU “DE COMO ALGUÉM SE TORNA O QUE É”. Literatura E Sociedade, 12(10), 64-80. https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i10p64-80