A medicalização da vida e os mecanismos de controle: reflexões sobre o Tdah

Autores

  • Tatiana de Andrade Barbarini Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2011.74523

Palavras-chave:

Tdah, sociologia da saúde, medicalização, infância.

Resumo

Este artigo propõe uma reflexão sociológica acerca do tratamento psiquiátrico e medicamentoso prescrito a crianças diagnosticadas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (Tdah), definido por psiquiatras e literaturas especializadas como um transtorno mental cujos sintomas são: desatenção, hiperatividade e impulsividade. Esse tipo de proposta é importante, pois investiga qualitativamente alguns processos relacionados ao transtorno e seu tratamento, tais como biologização, patologização, medicalização e estigmatização de certos comportamentos infantis, além de suas consequências para as crianças que recebem o diagnóstico de Tdah e têm sua condição patológica confirmada. O intuito é revelar aspectos sociais, culturais e históricos omitidos pela naturalização do transtorno, uma vez que sua etiologia é aceita como primordialmente biológica (o que confere papel secundário a fenômenos sociais). Abordam-se o discurso e saber psiquiátrico acerca do transtorno e as experiências leigas dos sujeitos que vivenciam o Tdah e que estão em contato com profissionais de saúde especializados, para que se analise se o Tdah e seu tratamento psiquiátrico e medicamentoso podem ser interpretados como mecanismos de controle de vidas. Os dados foram coletados por meio de pesquisas bibliográfica e empírica. A pesquisa de campo se desenvolveu no Ambulatório de Psiquiatria Infantil do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e contou com o método etnográfico e as técnicas de observação participativa, bem como entrevistas semiestruturadas (com profissionais de saúde atuantes no referido ambulatório, crianças entre 6 e 12 anos diagnosticadas como portadoras de Tdah e seus pais ou representantes legais) e produção e interpretação de desenhos infantis.

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Biografia do Autor

  • Tatiana de Andrade Barbarini, Universidade Estadual de Campinas

    Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas.

Publicado

2011-06-08

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A medicalização da vida e os mecanismos de controle: reflexões sobre o Tdah. (2011). Plural, 18(1), 93-116. https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2011.74523