Análise direcional do crescimento urbano da região metropolitana de São Paulo entre 1905 e 2001, utilizando-se a dimensão fractal

Autores

  • Mara Lúcia Marques Universidade Estadual Paulista; Instituto de Geociências e Ciências Exatas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.v0i23p100-118

Palavras-chave:

Dimensão fractal, aglomerados urbanos, região metropolitana de São Paulo, expansão urbana, análise espacial

Resumo

Este estudo teve como propósito principal compreender o processo de expansão do aglomerado urbano da região metropolitana de São Paulo no período 1905 a 2001. Para tanto, foi empregada uma metodologia baseada em análise fractal, para a identificação dos fatores que influenciaram a forma urbana ao longo do tempo e determinaram a distribuição espacial das estruturas e da densidade de ocupação de áreas urbanizadas. Este estudo foi realizado a partir de mapas temáticos e imagens orbitais relativos ao período 1905-2001. Partindo-se da associação dos métodos de círculos concêntricos e contagem de células, foi realizada a estimativa da dimensão fractal por densidade de preenchimento (Dd). Os resultados mostraram que o aglomerado urbano apresentou, no período analisado, valores médios Dd (1,755) ou tendência de adensamento heterogêneo por área construída, entre os círculos centrais e periféricos do aglomerado urbano. A análise fractal multidirecional de crescimento foi realizada em oito setores radiais de expansão urbana, cujos valores médios do parâmetro Dd para cada setor, no período 1905-2001, são abaixo mencionados: (I) Cantareira =1,829; (II) Zona Leste=1,898; (III) Mauá=1,848; (IV) Ipiranga=1,852; (V) Billings=1,858; (VI) Santo Amaro/Interlagos=1,848; (VII) Castelo Branco/Anhangüera=1,859; e (VIII) Anhangüera/Bandeirantes=1,863. Dentre os fatores que influenciaram o comportamento fractal desses setores, destacam-se: a ocupação fragmentada pela topografia, hidrografia e restrições jurídico-ambientais nos setores I, III, IV, V, VI e VIII; já nos setores II, III, IV, VI e VII, o maior adensamento foi impulsionado por incentivos públicos e de infra-estrutura, que contribuíram para a concentração industrial e de serviços.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

BATTY, M; LONGLEY, P. Fractal cites. São Diego: Academic Press Inc., 1994.

BATTY, M; LONGLEY, P.; FOTHERINGHAM, A. S. Urban growth and form: Scaling, fractal geometry, and diffusion-limited aggregation. Environment and Planning, v. 21, p. 1.447-1.472, 1989.

CARLOS, A. F. A. A (re)produção do espaço urbano. São Paulo: Edusp, 1994.

CARTER, H. El estudio de la geografia urbana. 2 ed. Madri: Faresco, 1987.

CASTELLS, M. La question urbana. Cidade do México: Siglo Veintruno, 1976. DE COLA, L.; LAM, N. S. Fractals in geography. Nova Jersey: Prentice Hall, 1993.

EASTMAN, J. R. IDRISI32. Worcester, Massachusetts: Clark University, 1999. Licença nº1456 (Pósgraduação em Geografia).

EMPLASA (Estado). Secretaria de Negócios Metropolitanos. Plano metropolitano da Grande São Paulo 1994/2010. São Paulo: Emplasa, 1994.

FRANKHAUSER, P. La fractalité des structures urbaines. Paris: Anthropos, 1994.

GARNER, B. J. Modelo de geografia urbana e localização de povoações. In: CHORLEY, R. J. Modelos integrados em geografia. Rio de Janeiro: USP, 1975.

GOODCHILD, M. Fractals and the accuracy of geographical measures. Journal of the International Association for Mathematical Geology, Nova York: Plenum Publishing Corporation, v. 12, n. 2, p. 85- 98, 1980.

GOODCHILD, M. F.; MARK, D. M. The fractal nature of geographic phenomeno. Annals of the Association of Ameriacan Geographers. Washington: Association of American Geographers, v. 77, n. 2, p. 265-278, 1987.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico. Rio de Janeiro: IBGE, 1991. KIVELL, P. Land and the city: Patterns and processes of urban change. Londres/Nova York: Routledge, 1993.

KLINKENBERG, B.; GOODCHILD, M. F. The fractal proprieties of topography: A comparison of methods. Earth surface processes and landforms. Nova York: John Wiley & Sons, v. 17, p. 217-234, 1992.

LONGLEY, P.; MESEV, V. On the measurement and generalization of urban form. Center for Advanced Spatial Analysis. Londres: Copyright CASA, UCL, 2000. WorKing Paper Series.

SANTOS, M. A urbanização brasileira. São Paulo: HUCITEC, 1983.

SÃO PAULO (Cidade). A cidade, o habitante e a administração: 1975-1979. São Paulo: Brasiliense, 1979.

TORRENS, P. M. Can geocomputation save urban simulation throw some agents into the mixture, simmer, and wait... Center for Advanced Spatial Analysis. Londres, paper 32, 2001. WorKing Paper Series.

UNWIN, D. Fractals and the geosciences: Introduction. Computers & Geosciences. Oxford: Pergamon Press, v. 15, n. 2, p. 163-165, 1989.

VILLAÇA, F. A estrutura territorial da metrópole sul brasileira. São Paulo: USP-FFLCH (Departamento de Geografia), 1978.

XU, T.; MOORE, I. D.; GALLANT, J. C. Fractals, fractal dimensions and landscapes – A review. Geomorphology. Amsterdã: Elsevier Science Publishers B. V., v. 8, p. 245-262, 1993.

Downloads

Publicado

2008-06-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Marques, M. L. (2008). Análise direcional do crescimento urbano da região metropolitana de São Paulo entre 1905 e 2001, utilizando-se a dimensão fractal. PosFAUUSP, 23, 100-118. https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.v0i23p100-118