Imigração: um tema controvertido na voz dos pleni-potenciários da oligarquia cafeeira

Resumo

(primeiro parágrafo do artigo)

 Os Anais da Câmara dos Deputados do Estado de São Paulo registram, no período 1891-1899, constante abordagem de questões concernentes à mão-de-obra imigrante indispensável à lavoura cafeeira. De um lado, parlamentares auto-identificados como pertencentes à "classe dos lavradores", tenderam a tomar a iniciativa na apresentação de projetos referentes ao montante e procedência dos contingentes de facilidades e incentivos, para sua fixação e atuação na nova terra, como forma de assegurar, direta ou indiretamente, os interesses da cafeicultura. De outro lado, uma reduzida mas atuante facção parlamentar combatia as proposições destinadas a privilegiar a referida "classe dos lavradores" — em especial a imigração subvencionada pelo Estado — dinamizando, com isso, as discussões e descortinando diferentes ângulos à reflexão sobre o tema da mão-de-obra imigrante, como por exemplo: a responsabilidade quanto à promoção de sua vinda e a necessária de se estimular a imigração "espontânea" e "por chamada"; a procedência do imigrante e as possibilidades de se neutralizar a predominância de italianos, face à ameaça de reivindicações ou imposições coletivas; a instabilidade do imigrante nas fazendas e a desorganização do trabalho nas lavouras cafeeiras; a manutenção constante do fluxo de imigração, viabilizando o rebaixamento de salários, etc.