Oferta de serviços pela atenção básica e detecção da incidência de tuberculose no Brasil

Autores

  • Daniele Maria Pelissari Ministério da Saúde. Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle de Tuberculose
  • Patricia Bartholomay Ministério da Saúde. Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle de Tuberculose
  • Marina Gasino Jacobs Ministério da Saúde. Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle de Tuberculose
  • Denise Arakaki-Sanchez Ministério da Saúde. Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle de Tuberculose
  • Davllyn Santos Oliveira dos Anjos Ministério da Saúde. Coordenação Geral de Acompanhamento e Avaliação da Atenção Básica
  • Mara Lucia dos Santos Costa Ministério da Saúde. Coordenação Geral de Acompanhamento e Avaliação da Atenção Básica
  • Pauline Cristine da Silva Cavalcanti Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
  • Fredi Alexander Diaz-Quijano Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000131

Palavras-chave:

Tuberculose, epidemiologia. Tuberculose, diagnóstico. Atenção Primária à Saúde. Qualidade, Acesso e Avaliação da Assistência à Saúde.

Resumo

OBJETIVO: Avaliar a associação entre os serviços de saúde ofertados por equipes de atenção básica e a detecção de casos novos de tuberculose no Brasil. MÉTODOS: Estudo ecológico, abrangendo todos os municípios brasileiros que registraram pelo menos um caso novo de tuberculose (diagnosticado entre 2012 a 2014 e notificado no Sistema de Informação de Agravos de Notificação) e com pelo menos uma equipe de atenção básica avaliada pelo segundo ciclo do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). As variáveis do PMAQ-AB foram classificadas como próximais ou distais, segundo a sua relação com o diagnóstico de tuberculose. Em seguida, foram testadas hierarquicamente em modelos múltiplos (ajustados por Unidade Federada), usando regressão binomial negativa. RESULTADOS: Um incremento de 10% na cobertura da atenção básica esteve associado à redução de 2,24% na taxa de detecção de tuberculose (IC95% -3,35– -1,11). No que se refere às variáveis proximais ao diagnóstico, no modelo múltiplo, a detecção da tuberculose esteve associada à proporção de equipes que: realizam vigilância de contatos (incremento na Razão de Taxas de Incidência [RTI] = 2,97%; IC95% 2,41–3,53); fazem busca ativa de casos de tuberculose (incremento na RTI = 2,17%; IC95% 1,48–2,87); e, ofertam cultura para micobactérias (incremento na RTI = 1,87%; IC95% 0,98–2,76). CONCLUSÕES: As variáveis relacionadas às ações de detecção estiveram positivamente associadas à detecção de casos novos de tuberculose, sugerindo uma contribuição significativa ao fortalecimento da sensibilidade do sistema de vigilância. Por outro lado, a cobertura da atenção básica esteve inversamente associada à taxa de detecção de tuberculose, o que poderia representar o efeito global da atenção básica sobre o controle da transmissão, provavelmente, através da identificação e tratamento precoce de casos.

Publicado

2018-05-03

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Pelissari, D. M., Bartholomay, P., Jacobs, M. G., Arakaki-Sanchez, D., Anjos, D. S. O. dos, Costa, M. L. dos S., Cavalcanti, P. C. da S., & Diaz-Quijano, F. A. (2018). Oferta de serviços pela atenção básica e detecção da incidência de tuberculose no Brasil. Revista De Saúde Pública, 52, 53. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000131