Pânico de Palco: Modernismo, Antiteatralidade e Drama

Autores

  • Martin Puchner Escola de Comunicação e Artes - Universidade de São Paulo (ECA-USP)
  • José Yoshitake

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v13i1p13-46

Palavras-chave:

Teatro, Teoria, Contemporâneo

Resumo

Stage Fright[i] (1950) de Alfred Hitchcock é o mistério de um assassinato ambientado no submundo[ii] do teatro. Marlene Dietrich interpreta uma diva cujo luto pelo marido assassinado é tão obviamente teatral que ela se torna imediatamente a suspeita número um do filme. Ela é seguida por uma jovem estudante de artes dramáticas, que prepara uma armadilha para revelar sua culpa. Esperando avidamente pela exposição da diva, a audiência caminha em direção a outro tipo de armadilha, atraídos pelo inteligente contraste entre a atriz imoral, em quem não podemos confiar, pois a atuação se tornou sua segunda natureza, e a novata, em quem podemos confiar por sua inexperiência de palco. O assassino, porém, não é a diva, mas um psicopata que já havia matado antes. Observa-se que o pânico de palco[iii] a que o filme de Hitchcock se refere não é o medo do ator diante da plateia, mas o medo do ator por parte da plateia.[iv]


[i] Lançado no Brasil como “Pavor nos Bastidores”.

 

[ii] Nota do Tradutor: o termo original demimonde refere-se a um submundo específico, precisamente a determinado grupo de mulheres marginalizadas pela sociedade por conta de comportamento promíscuo e muitas vezes envolvendo homens ricos. Uma posição intermediária entre a indiscrição e a prostituição. Também pode-se considerá-lo como sendo um grupo de pessoas cuja respeitabilidade seja dúbia.

 

[iii] “Pânico de palco” seria a tradução ao pé da letra do título do filme.

 

[iv] Uma mídia mais nova, o filme, reflete aqui uma ansiedade que é própria de uma mídia mais antiga, o teatro.

 

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Biografia do Autor

  • Martin Puchner, Escola de Comunicação e Artes - Universidade de São Paulo (ECA-USP)
    Puchner é crítico literário e filósofo. Atualmente é professor na Harvard University.

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Publicado

2013-06-19

Edição

Seção

EM PAUTA

Como Citar

Puchner, M., & Yoshitake, J. (2013). Pânico de Palco: Modernismo, Antiteatralidade e Drama. Sala Preta, 13(1), 13-46. https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v13i1p13-46