ESQUISTOSOMIASE MANSONI. SUBSÍDIO AO ESTUDO DE SUA INCIDÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA NO BRASIL - LISTA BIBLIOGRÁFICA SOBRE A ESQUISTOSOMOSE MANSONI (DOENÇA DE MANSON-PIRAJÁ DA SILVA)

Autores

  • João Alves Meira

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2358-792X.v1i1p5-145

Resumo

Na parte introdutória do trabalho o A. tece considerações sobre a importância da esquissotomose mansoni no Brasil. fundamentando-se na opinião de vários estudiosos do assunto. Em seguida analisa os dados encontrados na literatura nacional, salientando as deficiências existentes, que nào permitem exato conhecimento da distrihuiçào geográfica da parasitose nos diversos Estados do Brasil. Frisa particularmente a necessidade de novos inquéritos baseados na adoção de métodos de exames de fezes mais adequados ao encontro dos ovos do Schistosoma mansoni, realçando as vantagens do método de sedimentação e concentração de Hoffman Pons e Janer e as desvantagens do processo de Willis, que foi utilizado como técnica de rotina no levantamento dos índices de infecçào pelo referido parasita em muitas localidades.Finaliza esta parte do trabalho criticando a escassa significação estatística dos dados existentes sobre a verdadeira incidência da esquistosomíase mansomca no Brasil, em vista da falta de uniformidade dos métodos de exames, sua falibilidade, disparidade de critério na apreciação dos dados, diversidade de época da colheita de claclos, além de outros; fatores assinalados, e que tornam impossivel. presentemente. um completo conhecimento do quadro demográfico ela infecçfto esquistosomótica no nosso país. A despeito das discrepâncias apontadas, existem evidências substanciais de que a esquistosomose mansônica se distribue endemicamente em extensas áreas do território brasileiro. Na segunda parte do trabalho o A. reune todos os dados encontrados na literatura à sua disposição referentes à incidência da esquistosomose mansônica, passando em revista os inquéritos realizados nos diversos Estados do Brasil, os quais foram estudados separadamente. Foram citados inquéritos realizados por meio de exames de fezes, ou conhecidos através vêrificações anátomo-patológicas, ou ainda, resultados de exames de amostras de fígado obtidas durante viscerotomias. Foram igualmente referidas as condições epidemiológicas ligadas à distribuição geográfica da esquistosumose mansônica segundo os estudos feitos em todos os Estados do Brasil. Foi frisado, sobretudo, a frequência da infecção csquistosomótica na juventude brasileira e a importância médica. social e econômica, da referida parasitose, segundo estes estudos. Na parte final do trabalho o A. reune os dados apresentados anteriormente,concluindo que a percentagem global encontrada para todo o país,avaliada grosseiramente em 6,2% e correspondendo a 2. 808.600 esquistosomóticos no Brasil, deve ser considerada como muito baixa, em vista das razões analisadas pormenorizadamente no texto.  Considerando só os Estados do nordeste e o de Minas Gerais, que são os focos endêmicos mais importantes da esquistosomíase mansônica no Brasil, o A. encontrou a incidência percentual de 8,65'% e avaliou em 1. 817.892 o número aproximado de esquistosomóticos aí existentes, cifras que são julgadas outrosssim muito inferiores às verdadeiras, em vista dos mesmos fatos apontados no texto. Chama a atençào, o A., para o fato de que, em Sergipe e Alagoas, que figuram respectivamente no 1º e 2º lugar quanto à frequência da parasitose de Manson-Pirajá da Silva, as informações são muito deficientes desde que naqueles Estados nào foram feitos inquéritos epidemiológicos recentes e em grandes proporções sobre a esquistosomose mansônica. Em 3º, 4º e 5º lugares figuram. respectivamente, os Estados da Bahia, Pernambuco e Minas Gerais, onde estudos mais recc ntes e numerosos, baseados em processos de exame mais adequados ao run que se tem em vista, mostraram uma maior extensão e progressiva e difusão da esquistosomíase manônica. Pode-se dizer que em todo o Brasil, ele norte a sul, de leste a oeste, existe e já foi assinalada a ocorrência da esquistosomose mansônica; mas de muitos Estados os dados existentes sào muito poucos e fragmentários; em muitas áreas me:;em nenhum inquérito foi levantado, em outras só existindo exames de poucas pessoas, portanto sem significaçào estastistica, faltando de várias regiôes dados de grupos representativos da população. Demais, na maior parte dos inquéritos uma única técnica de exame foi empregada, e nem sempre a mais indicada; ou apenas uma única amostra de fezes foi examinada, e, dessa forma, os casos positivos registrados exprimem somente uma iraçào da vtrdadeira incidência revelada pelo referido exame.Salienta, por fim, a escassez dos conhecimentos atuais sobre a distribuição geográfica dos hospedadores intermediários do Schistosoma mansoni (Australorbis glabratus) no Brasil e chama a atenção igualmente para a falta de dados soHre os índices de infecção cercariana desses moluscos,  realçando a importància elo assunto nos inquéritos sobre a esquistosomose no nosso país. Baseado nos dados apresentados o A. termina o seu trabalho fazendo um apelo às autoridades sanitárias do país, para incluírem esquistossomíase mansonica entre as questôes de saúde pública merecedoras de maior interesse, Visto a situação atual do problema reclamar urgentes providências de combate e controle para sua imediata solução. Em complemento ao seu estudo o A. organizou uma lista bibliográfico de todos os trabalhos publicados no Brasil sobre a esquistosomíase mansônica e, embora não a considere completa, publicou-a visando facilitar a tarefa dos interessados em tão importante assunto.

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Publicado

1947-06-01

Edição

Seção

Não Definida

Como Citar

ESQUISTOSOMIASE MANSONI. SUBSÍDIO AO ESTUDO DE SUA INCIDÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA NO BRASIL - LISTA BIBLIOGRÁFICA SOBRE A ESQUISTOSOMOSE MANSONI (DOENÇA DE MANSON-PIRAJÁ DA SILVA). (1947). Arquivos Da Faculdade De Higiene E Saúde Pública Da Universidade De São Paulo, 1(1), 5-145. https://doi.org/10.11606/issn.2358-792X.v1i1p5-145