Cibercultura e movimentos de trabalhadoras rurais: Uma contextualização da comunicação alternativa realizada pela “Marcha das Margaridas” no Facebook

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-1507.v29i01p37-54

Palavras-chave:

Movimento das mulheres trabalhadoras rurais, Cibercultura, Redes sociais, Comunicação popular

Resumo

O artigo apresenta uma revisão sobre a luta das mulheres trabalhadoras rurais brasileiras e o uso das tecnologias da informação e comunicação para a defesa e a reivindicação de seus direitos. Foi apresentado um histórico dos movimentos, desde a redemocratização até a busca pelos direitos sociais, políticos e econômicos. Em seguida, foi discutida as relações da cibercultura com os movimentos sociais a partir das perspectivas de autores como Lévy (2001), Lemos (2015) e Martins (2021). Por fim, foi apresentado as características da comunicação popular e alternativa, e, para exemplificar, foi realizado uma análise descritiva do perfil do Facebook da “Marcha das Margaridas”, no qual foi observado a articulação do movimento no ano de 2021, durante a pandemia de COVID-19. Conclui-se que o uso do perfil permitiu a realização de uma comunicação horizontal, que proporcionou um espaço de educação não convencional e que parte da vivência das mulheres do campo, baseado nos ideais de Paulo Freire para uma educação emancipatória.

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Biografia do Autor

  • Everson Umada Monteiro, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

    Mestre em Comunicação pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (2017). Especialista em Mídias Digitais Interativas pela Universidade do Oeste Paulista (2015). Graduado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Católica Dom Bosco (2014) e em Biomedicina pelo Centro Universitário de Maringá (2007). Atua como Designer Gráfico na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (cargo atual). Professor universitário no Centro Universitário da Grande Dourados (Unigran). 

  • Míriam do Carmo Lima, Universidade Federal de Viçosa

    Formada em Comunicação Social - Jornalismo. Mestranda em Cultura, Políticas Públicas e Comunicação no Departamento de Extensão Rural na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Participou dos Grupos de Pesquisa "Meios", no Departamento de Extensão Rural da UFV, e “Interações Midiáticas, Textualidades e Processos Comunicacionais”, do Departamento de Comunicação da UFV. Atualmente, é assistente de marketing na unidade varejista da Fundação Arthur Bernardes (Funarbe).

  • Stephanie Jimenes Tassoulas, Universidade Federal do Paraná

    Mestranda em Educação pela Universidade Federal do Paraná. Especialista em Neuropsicologia Educacional pela Universidade Positivo. Licenciada em História pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Investiga a aprendizagem histórica de jovens estudantes. Atualmente, realiza a formação continuada de professores da educação básica pelo Brasil.

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Publicado

2024-02-27

Como Citar

Cibercultura e movimentos de trabalhadoras rurais: Uma contextualização da comunicação alternativa realizada pela “Marcha das Margaridas” no Facebook. (2024). Revista Alterjor, 29(01), 37-54. https://doi.org/10.11606/issn.2176-1507.v29i01p37-54