Familismo, patriarcado e empobrecimento feminino na comunicação pública do governo sobre o Programa Bolsa-Família
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-1689.anagrama.2019.157549Palavras-chave:
Política; Alteridade; Imagem; Bolsa Família; Propaganda EstatalResumo
O presente artigo tem como objetivo discutir as representações imagéticas das mulheres beneficiárias do Bolsa Família na divulgação da publicidade governamental sobre o programa. Discutiremos aspectos ligados à desumanização e desfiguração das mulheres, que são obrigatoriamente titulares do benefício recebido por suas famílias, e como quadros morais amplamente compartilhados pela sociedade fazem com que algumas imagens e padrões de representação se sobressaiam aos demais. Argumentamos que a divulgação governamental dos programas de redistribuição e a circulação de imagens que mostram mulheres empobrecidas produzem circuitos de valores e padrões morais de avaliação dos modos de vida e suas vulnerabilidades que podem incidir sobre o sentido político que as imagens adquirem em sua circulação social. Especificamente, argumentamos que imagens que remetem ao familismo e ao patriarcado são validadas por uma economia moral que estabelece como julgamos e definimos o valor das vidas e modos de vida nas sociedades neoliberais e meritocráticas.
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