África, Brasil e arte – persistentes desafios
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2021.187482Palavras-chave:
Arte negra, Arte afro-brasileira, Mestre Didi (Deoscóredes Maximiliano dos Santos), Hélio Oiticica, Abdias do NascimentoResumo
Analisando obras de Abdias do Nascimento, Clarival do Prado Valladares, Marianno Carneiro da Cunha e Emanoel Araujo, entre outros autores, o artigo discute limites e impasses da concepção inclusiva de “arte negra”, delineada a partir da década de 1950, e de “arte afro-brasileira”, consolidada a partir dos anos 1980, bem como problemas postos à historiografia pela persistência desse modelo generalizante e pelo caráter excludente do circuito de arte no Brasil, que as trajetórias e obras de Mestre Didi (Deoscóredes Maximiliano dos Santos) e de Hélio Oiticica continuam desafiando.
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