Arte não-binária e o estado de crise brasileiro: Flores mortas de Jota Mombaça

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DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2024.200441

Palavras-chave:

Arte contemporânea, Jota Mombaça, Não-binárie, Relações Estado-Sociedade

Resumo

Em tempos de crise social e política, evidenciadas pela pandemia de COVID-19, as demandas e expressões de uma sociedade brasileira fragilizada tomam força: nos últimos dois anos, novos direitos para pessoas não-binárias foram historicamente conquistados. A presença de novos artistas não-bináries na arte contemporânea brasileira também se fez sincrônica em espaços artísticos, como durante a 34º Edição da Bienal de São Paulo em 2022,  inicialmente adiada pela pandemia, onde artistas como a não-binária Jota Mombaça participara com a obra Spell to become invisible. Assim, como estamos nos fazendo visíveis em cenários ameaçadores à democracia e aos direitos das minorias no Brasil em anos pandêmicos? Reflexões acerca do tema são neste artigo trazidas por meio da análise de diferentes obras da artista Jota Mombaça entrelaçadas a um breve panorama das crises de Estado e das problemáticas da ilegibilidade existencial não-binária contrapostas pelos direitos alcançados por nossa sigla no Brasil, entre 2020 e 2022.

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Biografia do Autor

  • Vannie Aurin Pavelski da Gama , VYSLab

    Mestre em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, pela FCA – UNICAMP, e artista visual, graduado pela UNESP Bauru.

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Publicado

2024-09-18

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Artigos

Como Citar

Gama , V. A. P. da . (2024). Arte não-binária e o estado de crise brasileiro: Flores mortas de Jota Mombaça. ARS (São Paulo), 22, e-200441. https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2024.200441