O que é um artista? O dilema da autoria no conceitualismo

Autores

  • Artur Correia de Freitas Universidade Estadual do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2024.215836

Palavras-chave:

Artista, Autoria, Conceitualismo, Robert Smithson, Arte contemporânea

Resumo

Qual o impacto do conceitualismo no que se entende por autoria na arte contemporânea? O que ocorre quando, no âmbito dos processos de criação, nos defrontamos com obras cujos indícios materiais simplesmente independem – ou podem independer – do corpo do artista? Executada 32 anos após a morte de seu autor, a obra Floating island, de Robert Smithson, é aqui analisada como um caso-exemplar dessas questões. Por hipótese, percebe-se que há em propostas como essa um entendimento renovado do que seja ou possa ser um “artista”. No centro do argumento estão os conceitos de “função-autor”, de Michel Foucault, e “função-artista”, de Caroline Jones. Ao final, conclui-se que o vigor histórico do conceitualismo demonstra a coexistência de dois modelos autorais da função-artista.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Artur Correia de Freitas, Universidade Estadual do Paraná

    Pesquisador em história da arte e professor Adjunto C da Universidade Estadual do Paraná - curso de Artes Visuais, campus Faculdade de Artes do Paraná (FAP/UNESPAR). É Doutor e Mestre em História pela Universidade Federal do Paraná (PPGHIS/UFPR), onde pesquisou sobre arte brasileira e atualmente orienta alunos de Mestrado e Doutorado. Graduou-se em Artes pela mesma instituição (DEARTES/UFPR). Publicou os livros Arte de guerrilha (São Paulo: Edusp, 2013), Arte e contestação (Curitiba: Medusa, 2013), História e arte (org. São Paulo: Intermeios, 2013) e Arte e política no Brasil (org. São Paulo: Perspectiva, 2014). Como curador, realizou as exposições Outros 60 s (MAC-PR, 2006), 62º Salão Paranaense (MAC-PR, 2007), V Bolsa Produção (Solar do Barão, 2012), Bienal de Curitiba (Casa Andrade Muricy, 2011), a mostra Sintomas: 25 anos de gravura (Museu da Gravura, 2008) e Estado da arte: 40 anos de arte contemporânea no Paraná (Museu Oscar Niemeyer, 2010), premiada pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA). No momento, é líder do grupo de pesquisa Núcleo de Artes Visuais (NAVIS/CNPq).

Referências

ALDOURI, Hamman. A critique of the ‘author function’ concept in art history. Third Text, nov. 2021.

ALPERS, Svetlana. A arte de descrever: a arte holandesa no século XVII. São Paulo: Edusp, 1999.

BARTHES, Roland. A morte do autor [1967]. In O rumor da língua. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012.

BEECH, Dave. Art and labour: on the hostility to handicraft, aesthetic labour and the politics of work in art. Chicago: Haymarket Books, 2021.

CARRIER, David. Gombrich and Danto on defining art. The Journal of Aesthetics and Art Criticism, vol. 54, n. 3, 1996.

CRAS, Sophie. Global conceptualism? Cartographies of conceptual art in pursuit of decentering. In KAUFMANN, Thomas; DOSSIN, Catherine; JOYEUX-PRUNEL, Béatrice (Eds.). Circulations in the global history of art.

Farham: Ashgate Publishing, 2016.

DAMISCH, Hubert. Artista. In Enciclopédia Einaudi, vol. 3. Lisboa: Imprensa Nacional, Casa da Moeda, 1984.

FOUCAULT, Michel. O que é um autor? [1969]. In Estética: literatura e pintura, música e cinema. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.

FOUCAULT, Michel. Arqueologia do saber. 6ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002.

GENETTE, Gérard. A obra de arte: imanência e transcendência. São Paulo: Littera Mundi, 2001.

GOMBRICH, Ernst A história da arte. 16ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2019.

GOMBRICH, Ernst (with David Carrier). The big picture: David Carrier talks with Ernst Gombrich. Artforum, vol. 34, n. 6, 1996.

GOODMAN, Nelson. Linguagens da arte: uma abordagem a uma teoria dos símbolos. Lisboa: Gradiva, 2006.

HIX, Harvey. Morte d’author: an autopsy. The Iowa Review, vol. 17, n. 1, 1987.

JONES, Caroline. The artist-function and posthumous art history. Art Journal, vol. 76, n. 1, 2017.

KRISTELLER, Paul. The modern system of the arts: a study in the history of aesthetics (II). Journal of the History of Ideas, vol. 13, n. 1, jan. 1952.

KRISTELLER, Paul. The modern system of the arts: a study in the history of aesthetics (I). Journal of the History of Ideas, vol. 12, n. 4, oct. 1951.

NESBIT, Molly. What was an author? Yale French Studies, n. 73, 1987.

OSBORNE, Peter. Anywhere or not at all: philosophy of contemporary art. London; New York: Verso, 2013.

OSBORNE, Peter. Contemporary art is post-conceptual art. Public Lecture, Fondazione Antonio Ratti, Villa Sucota, Como, 9 jul. 2010.

OWENS, Craig. From work to frame, or, is there life after “The death of the author”? In Beyond recognition: representation, power, and culture. Berkeley; Los Angeles: University of California Press, 1992.

RANCIÈRE, Jacques. Tempos modernos: arte, tempo, política. São Paulo: N-1 Edições, 2021.

ROBERTS, John. The intangibilities of form: skill and deskilling in art after readymade. London; New York: Verso, 2007.

RUSSEL, John. He dreamed of floating islands. New York Times, 28 abr. 1974.

SHINER, Larry. The invention of art: a cultural history. Chicago: University of Chicago Press, 2001.

SMITH, Terry. One and five ideas: on conceptual art and conceptualism. Durham; London: Duke University Press, 2017.

TAYLOR, Brandon. After post-modernism. Art Monthly, n. 104, mar. 1987.

VASARI, Giorgio. As vidas dos artistas. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.

VOGEL, Carol. A posthumous Smithson isle. New York Times, 10 jun. 2005.

WARNKE, Martin. O artista da corte: antecedentes dos artistas modernos. São Paulo: Edusp, 2001.

YUSOFF, Kathryn; GABRYS, Jennifer. Time lapses: Robert Smithson’s mobile landscapes. Cultural Geographies, vol. 13, n. 3, 2006.

Downloads

Publicado

2024-12-20

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Freitas, A. C. de. (2024). O que é um artista? O dilema da autoria no conceitualismo. ARS (São Paulo), 22, e-215836. https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2024.215836

Dados de financiamento