Da heterogeneidade à hegemonia: a arte dos Estados Unidos nas primeiras Bienais de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2025.242079Palavras-chave:
Arte norte-americana no Brasil, Artes visuais e Guerra Fria, Estados Unidos nas Bienais de São PauloResumo
Este artigo investiga a participação dos Estados Unidos nas duas primeiras edições da Bienal de São Paulo, analisando a relação entre arte, política e diplomacia cultural no contexto da Guerra Fria. O texto examina as estratégias de promoção da arte norteamericana, destacando o papel do Museum of Modern Art (MoMA) na organização e curadoria, bem como a atuação da United States Information Agency (USIA) e de Nelson Rockefeller. Por meio de fontes primárias, explora as dinâmicas e tensões entre autonomia artística e interesses geopolíticos do governo dos Estados Unidos. Nesse contexto, a Bienal funcionou como palco crucial para a diplomacia cultural americana, projetando uma imagem de liderança na arte contemporânea e promovendo valores de liberdade e
inovação. Em suma, a Bienal consolidou-se como um espaço estratégico para a arte e a construção de alianças, mas também de disputa e negociação de significados.
Downloads
Referências
REFERÊNCIAS
A ARQUITETURA brasileira é a primeira do continente. O Jornal, Rio de Janeiro, 17 fev. 1945, n.p.
BAILEY, Julia Tatiana. ‘Realism Reconsidered’: Ben Shahn in London, 1956. Collecting and Exhibiting American Art at Tate, Tate Research Publication, 2019. Disponível em: https://www.tate.org.uk/research/publications/modernamerican-art-at-tate/essays/realism-reconsidered. Acesso em: 8 jun. 2023.
BARATA, Mário. Presenças e ausências na II Bienal. Diário de Notícias, 10 jan. 1954, n.p.
BARR, Alfred H. Is Modern Art Communistic?; On the contrary, says an expert, it is damned in Soviet Russia as it was in Nazi Germany. The New York Times, 14 dez. 1952.
BENTO, Antonio. Os americanos na Bienal Paulista. Diário Carioca, Rio de Janeiro, 4 nov. 1951.
CULTURAL Reinforcements. The New York Times, 28 dez. 1956.
FRANC, Helen M. A Program of Art Exhibition Abroad. News Bulletin, dez. 1957, p. 7-16.
JAREMTCHUK, Dária. Traços de uma identidade artística norte-americana em mostras circulantes. In: COUTO, Maria de Fátima Morethy; ALVES, Moema de Bacelar (orgs.). Exposições e conexões internacionais no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1948-1978). São Paulo: Intermeios, 2025, p. 97-129.
LOUCHHEIM, Aline B. Modern Art Fete Excites Sao Paulo; Calder shares honors with Picasso. The New York Times, 8 dez. 1953, n.p.
LOUCHHEIM, Aline B. Brazil’s Biennial a High Point; Nations and Movements Notably Represented – Progressive Work. The New York Times Magazine, 3 jan. 1954a.
LOUCHHEIM, Aline B. Cultural Diplomacy: An Art We Neglect; How U.S. Artists Might Win Friends and Influence Allies is Shown in a South American Exhibit. The New York Times, 3 jan. 1954b.
MACHADO, Lourival Gomes. World Art Goes to São Paulo. In: Bienal de São Paulo (1st: 1951): miscellaneous uncatalogued material. Material localizado na MoMA Library. Recorte de periódico (sem indicação de nome), p. 21-23.
McCRAY, Porter. The Museum of Modern Art Oral History Program. [Entrevista concedida a] Sharon Zane. MoMA Archives Oral History, 18 abr. 1991. Disponível em: https://www.moma.org/momaorg/shared/pdfs/docs/learn/archives/transcript_mccray.pdf. Acesso em: 4 mai. 2025.
MOURA, Flávio. Mário Pedrosa e o neoconcretismo: a centralidade de um projeto crítico. Revista Novos Estudos, n. 99, jul. 2014, p. 137-157.
MUSEU de Arte Moderna de São Paulo. Catálogo. I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo. São Paulo: Museu de Arte Moderna de São Paulo, 1951. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/namec311d4. Acesso em: 11 nov.
PEDROSA, Mário. Calder, escultor de cataventos. In: ARANTES, Otília (org.). Modernidade cá e lá: textos escolhidos IV. São Paulo: EDUSP, 2000a, p. 43-66.
PEDROSA, Mário. Tensão e coesão na obra de Calder. In: ARANTES, Otília (org.). Modernidade cá e lá: textos escolhidos IV. São Paulo: EDUSP, 2000b, p. 67-79.
ZANINI, Walter. Artes Plásticas. Roteiro da II Bienal (XX). Estados Unidos. O Tempo, 23 fev. 1954.
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
GARLAKE, Margaret. Britain and the São Paulo Bienal 1951-1991. Londres: The British Council, 1991.
GÓMEZ-SICRE, José. Today’s Art at São Paulo. Americas, Washington, jan. 1958, p. 30-33.
GUILBAUT, Serge. Recycling or Globalizing the Museum: MOMA-Guggenheim approaches. Parachute: Contemporary Art Magazine, Montréal, n. 92, out.-dez.,1998, p. 63-67.
GUILBAUT, Serge. Respingos na parada modernista: a invasão fracassada da arte abstrata no Brasil, 1947-1948. ARS, São Paulo, v. 9, n. 18, 2011, p. 148-173.
JACHEC, Nancy. Politics and Paintings at the Venice Biennale, 1948–64: Italy and the Idea of Europe. Manchester: Manchester University Press, 2007.
KRENN, Michael L. Fall-Out Shelters for the Human Spirit: American Art and the Cold War. Chapel Hill: [s.e.], 2005.
McCOMAS, Jennifer. Reconstructing Cold War Cultural Diplomacy Exhibitions: The Case of Advancing American Art. Stedelijk Studies, Amsterdã, v. 2, 2015. Disponível em: https://stedelijkstudies.com/journal/reconstructing-cold-warcultural-diplomacy-exhibitions/. Acesso em: 21 nov. 2021.
MUSEUM OF MODERN ART. Circulating Exhibitions 1931-1954. The Bulletin of the Museum of Modern Art, Nova York, v. 21, n. 3/4, (verão 1954), p. 3-30.
SIWI, Marco. Art in Orbit: São Paulo, New York, and the Internationalization of Abstract Expressionism. Luso-Brazilian Review, v. 61, n. 1, 2024, p. 91-130.
STANISZEWSKI, Mary Anne. The Power of Display: A History of Exhibition Installations at the Museum of Modern Art. Cambridge: MIT Press, 1999.
TAYLOR, Alex J. Cold War Diplomacy. In: ROSZAK, Theodore. The Unknown Political Prisoner (Defiant and Triumphant) 1952. [s.l.]: Tate Research Publication, 2018. Disponível em: https://www.tate.org.uk/research/in-focus/unknown-political-prisoner/. Acesso em: 20 mai. 2023.
VOGEL, Sabine B. Art on a Global Scale. Nova York: SpringerWien, 2010.
WALLACH, Alan. The Museum of Modern Art: The Past’s Future. Journal of Design History, Oxford, v. 5, n. 3, 1992, p. 207-215.
ZALMAN, Sandra. Modern Art Inc: The Museum of Modern Art v. Huntington Hartford. Grey Room, Cambridge, n. 53, (outono 2013), p. 32-59.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Dária Jaremtchuk

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
É responsabilidade dos autores a obtenção da permissão por escrito para usar em seus artigos materiais protegidos por lei de Direitos Autorais. A revista Ars não é responsável por quebras de Direitos Autorais feitas por seus colaboradores.
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob Licença Creative Commons do tipo CC-BY.
Os licenciados têm o direito de copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, inclusive para fins comerciais, conquanto deem os devidos créditos ao autor ou licenciador, na maneira especificada por estes.
O licenciado se compromete a oferecer os créditos apropriados, o link para acesso à licença e a informar caso qualquer alteração no material original tenha sido feita.
Conquanto respeitados os termos da licença, não é permitida ao licenciador/autor a revogação dessas condições.
Após a publicação dos artigos, os autores permanecem com os direitos autorais e de republicação do texto, sendo permitida sua publicação posterior exclusivamente em livros inéditos e coletâneas.
