Spiriferacea Carboníferos do Rio Tapajós (Série Itaituba), Estado do Pará, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2526-3862.bffcluspgeologia.1956.121795Resumo
No presente trabalho são descritos Spiriferacea de idade carbonífera superior do vale do rio Tapajós, região tipo da série Itaituba, assim designada por Frederik Hartt (1874) É intenção do autor prosseguir o estudo dos Brachiopoda da série Itaituba em ulteriores publicações. A seqüência de camadas inquestionavelmente atribuíveis ao Carbonífero, monta aí, estimativamente em cêrca de 250 metros. Nos afloramentos a rocha dominante é o calcário, mas as sondagens demonstram a ocorrência conspícua de arenitos e folhelhos. Os Brachiopoda de camadas da porção basal da secção aí aflorante foram descritos por Orville A. Derby (1874); mais tarde listados, descritos e figurados pro-parte por Friedrich Katzer (1903) e recentemente revisa ¬ dos pro-parte por Dresser (1954) Os demais componentes de macrofaunasão insatisfatòriamente conhecidos. Pigídios de trilobites atribuídos ao gênero Ameura (Kegel, 1951) e cuia localidade de procedência daquela região é insegura; material vário simplesmente listado (Derby 1894), ou figurado e descrito pro-parte (Katzer, 1903), ou ainda referências (Duarte, 1938b) é tudo que se conhece. Da microfauna, os foraminíferos assinalados por Derby (1894), só recentemente foram descritos por Petri (1952) Fora da região de Tapajós, várias outras localidades fossiliferas da mesma série foram descobertas e algumas coleções descritas (Reed, 1933; Duarte, 1938a e 1938b) A série Itaituba foi referida ao Carbonifero por Derby (1874) e muitos dos autores subseqüentes. Porém Waagen (1882) tributou-a permiana; Katzer (1903) deixou a questão em aberto, embora inclinando-se, aparentemente, pela cronologia do Carbonifero. Derby julgara haver semelhança entre o Carbonifero da Amazônia e o da Bolívia. Por isso, ao se verificar, há alguns anos atrás (Dunbar e Newell, 1945) que a cronologia correta da clássica fauna “ carbonífera ” da Bolívia era a permiana, autores houve que passaram a atribuir á série Itaituba essa mesma idade ou referíl como permo-carbonífera (P. e., Branson, 1948) Foi principalmente o trabalho de Petri (1952), versando os fusulinídeos da parte médio- inferior da série Itaituba do vale do Tapajós, que veio concorrer para a elucidação da idade (Pensilvaniano Médio), dada a ocorrência de Millerela e Fusulinella. Chronic (1949; 1953), revisando a macrofauna da Bolívia pôs em evidência a sua distinção em relação à da Amazônia, chamando a atenção, porém , para a similaridade entre as faunas do grupo Tarma (Perú ), de idade pensilvanian a, e a de Itaituba. Dresser (1954), endossa a idade pensilvaniana, porém com forte pendor pelo Pensilvaniano Inferior por Petri ocorrem até o tôpo da secção, no vale do Tapajós, o que assegura à secção inteira a mesma cronologia. As coleções organziadas in loco pelo autor procedem de diversas localidades da faixa carbonifera do Tapajós e foram obtidas principalmente de calcários; em parte de rolados fossilíferos das margens do rio, ocorrentes próximos aos afloramentos. Teve ainda o autor oportunidade de manusear coleções da Divisão de Geologia e Mineralogia do Departamento Nacional da Produção Mineral e do Museu Nacional, em parte procedentes de outras localidades. As espécies de Spiriferacea reconhecidas, foram as seguintes: j Phricodothyris mourai Mendes, sp. n. j Spirifer oliveirai Mendes, sp. n. I Neospirifer dresseri Mendes, sp. n. j Crurithyris granularis Dresser Punctospirifer leinzi Mendes, sp. n. I A idade sugerida pelo material estudado é a pensilvaniana . No tocante a situação dêsses espiriferes se no Pensilvanian o inferior, médio ou superior, faltam argumentos decisivos. Porém, a cronologia atingida por Petri (Pensilvaniano Médio), em base dos fusulinideos, deve ser mantida para a série IlaitubaDownloads
Publicado
1956-12-03
Edição
Seção
não definida
Como Citar
Mendes, J. C. (1956). Spiriferacea Carboníferos do Rio Tapajós (Série Itaituba), Estado do Pará, Brasil. Boletim Da Faculdade De Filosofia Ciências E Letras, Universidade De São Paulo. Geologia, 13, 23-81. https://doi.org/10.11606/issn.2526-3862.bffcluspgeologia.1956.121795