Aspectos da biologia reprodutiva de fêmeas de Etropus longimanus Norman, 1933 (Bothidae) da região de Cabo Frio, Rio de Janeiro: 1. Tamanho da primeira maturação, tipo e época de desova
Autores
Adriana Miguel Saad
Universidade Santa Ursula
Eduardo Fagundes Netto
Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira
Desova, Época de desova, Comportamento reprodutivo, Reprodução, Maturidade sexual, Etropus longimanus, Ressurgência, Cabo Frio^i1^, Brasil
Resumo
Durante o período de novembro de 1986 a outubro de 1988 foram realizados estudos sobre a ictiofauna demersal na região de ocorrência do fenômeno da ressurgência em Cabo Frio, pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM). A partir de coletas mensais da ictiofauna, efetuadas com arrasto de porta, e da água, para a obtenção dos valores da temperatura, constatou-se a abundância de Etropus longimanus na região. Foram obtidas 653 fêmeas, em diferentes tamanhos e fases de desenvolvimento gonadal, o que nos permitiu a realização de um estudo sobre alguns aspectos da biologia reprodutiva desta espécie, como o tamanho da primeira maturação, o tipo de desova e a época de reprodução na região. Estimou-se um comprimento padrão médio em que a população das fêmeas apresentam 50% de probabilidade de estarem sexualmente maduras, de 75 mm; e o comprimento padrão médio em que todas estão aptas à reprodução, de 95 mm. Verificou-se que E. longimanus apresenta um desenvolvimento ovacitório sincrónico em mais de dois grupos, sugerindo a ocorrência de desova múltipla. Os resultados obtidos indicaram que a desova ocorreu desde o final da primavera, até o início do outono, com picos máximos no verão, quando registrou-se os valores da temperatura da água entre 13,3ºC a 18.7ºC, época predominante de ressurgência na região.