Gênero, ciência e etnografia digital: Aproximações e potencialidades
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v29i2pe175199Palavras-chave:
Gênero, Sexualidade, Etnografia digital, Etnografia, Antropologia da Ciência e tecnologiaResumo
Considerando que a dicotomia online/offline não é capaz de contemplar as articulações e experiências de gênero e sexualidade em rede, uma vez que as fronteiras entre material/virtual podem se mesclar e repercutir entre si, este artigo discute o fazer etnográfico a partir da revisão de pesquisas de gênero e sexualidade em diálogo com a Antropologia da Ciência e da Tecnologia. O objetivo central deste artigo é refletir sobre as possibilidades etnográficas que vem sendo empregadas a partir do debate das redes de produção de ciências, tecnologias e saberes que propiciam a produção de gêneros e sexualidades e, portanto, de novos corpos e sujeitos. No intuito de mapear o que vem sendo discutido mais recentemente no cenário nacional, essa pesquisa teve foco nos anais de dois grandes eventos brasileiros (ReACT e RBA). Mais de 50 trabalhos foram identificados e analisados. Temas como hormonização e transsexualidade, experiências de maternidade, ciberfeminismos e ativismo nas redes, experiências relacionadas ao HIV, entre outros, foram bastante frequentes, e algumas abordagens etnográficas também foram identificadas. Assim, buscamos refletir sobre os desafios e caminhos possíveis para o fazer etnográfico cada vez mais tecnologicamente situado.
Downloads
Referências
ª REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA. (2016). Grupo de Trabalho. Disponível em: <http://evento.abant.org.br/rba/30rba/?CONTEUDO=8>. Acesso em jul. 2019.
ª REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA. (2018). Grupos de Trabalho. Disponível em: <http://www.evento.abant.org.br/rba/31RBA/GT>. Acesso em jul. 2019.
ALZUGUIR, Fernanda de Carvalho Vecchi; ROHDEN, Fabiola. (2018). Aprimoramento bioquímico e reatualizações de gênero. A promoção das descobertas científicas em torno da ocitocina em veículos de comunicação no Brasil. Anais da 31ª Reunião de Antropologia Brasileira. Brasília.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA. (2019). Histórico. Disponível em: <http://www.portal.abant.org.br/historico/>. Acesso em jul. 2019.
BARROS, Zelinda dos Santos. (2016). Interseção de gênero e raça num território privativo do ciberespaço. Anais da 30ª Reunião Brasileira de Antropologia. João Pessoa-PB.
BESEN, Lucas Biboli; MORETO, Gláucia Cristina Maricato. (2015). Lei João W. Nery e Identidade de gênero: as Materialidades do Estado e seus contornos na (Inter)relação entre sexo-gênero-sexualidade. Anais da V Reunião de Antropologia Brasileira. Porto Alegre-RS.
CAVALCANTI, Natália Conceição Silva Barros. (2016). Grupo Papo de Mãe: uma experiência de rede de apoio à maternagem em Belém do Pará. Anais da 30ª Reunião de Antropologia Brasileira. João Pessoa-PB.
CLIFFORD, James. (2002). “Sobre a autoridade etnográfica”. In: CLIFFORD, James. A experiência etnográfica: Antropologia e literatura no século XX. (Tradução de Patrícia Farias). Rio de Janeiro: Editora UFRJ, p. 17-62.
FILHO, Ricardo Andrade Coitinho. (2017). O parentesco conformado na experiência soropositiva: Uma abordagem antropológica sobre a transmissão vertical para o HIV na perspectiva crítica dos estudos de gênero. Anais da VI Reunião de Antropologia da Ciência e Tecnologia. São Paulo-SP.
GONÇALVES, Ítalo Vinícius. (2018). O/A antropólogo/a no campo e na rede: o fazer etnográfico em pesquisas de gênero e sexualidade. Relatório Final de Iniciação Científica. Belo Horizonte: UFMG.
GRILLO, Oscar. (2019). Itinerarios de la antropología y su mirada sobre el mundo digital. In: RIVOIR, Ana L.; MORALES, María J. (coord.). Tecnologías digitales Miradas críticas de la apropiación en América Latina. Buenos Aires: CLACSO, p. 21-34.
HARAWAY, Donna. (1995). Saberes Localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, n.5, p. 7-41.
HINE, Christine. (2004). Introducción. In: HINE, Christine. Etnografía Virtual. Barcelona: Editorial UOC, p. 9-24.
LEITÃO, Debora K., GOMES, Laura G. (2017). Etnografia em ambientes digitais: perambulações, acompanhamentos e imersões. Revista Antropolítica, n.42, p. 41-61. DOI https://doi.org/10.22409/antropolitica2017.1i42.a546
LEVAI, Giulia Bauab. (2018). “Ortopedias” para as “sexualidades desviantes”: teorias e experimentos de terapias de “reversão sexual” na endocrinologia do início do século XX. Anais 31ª Reunião de Antropologia Brasileira. Brasília.
LINS, Beatriz Accioly. (2016). Vazou na internet: gênero, violência e internet nos debates sobre ‘pornografia de vingança’. Anais da 30ª Reunião Brasileira de Antropologia. João Pessoa-PB.
LIMA, Elizabeth Christina de Andrade. (2016). A Construção da Imagem Pública de Dilma Rousseff no Ciberespaço: Misoginia, estereótipos e relações de gênero. Anais da 30ª Reunião Brasileira de Antropologia. João Pessoa-PB.
LOPES, Maria M.; SOMBRIO, Mariana M. (2017). Apresentação. Cadernos Pagu, n. 49, p. 1-17. DOI http://dx.doi.org/10.1590/18094449201700490005.
MILLER, Daniel; SLATER, Don. (2004). Etnografia on e off-line: cibercafés em Trinidad. Horizontes Antropológicos. Porto Alegre-RS, v. 10, n. 21, p. 41-65. DOI https://doi.org/10.1590/S0104-71832004000100003
MONTEIRO, Marko S. Alves. (2012). Reconsiderando a Etnografia da Ciência e da Tecnologia: Tecnociência na prática. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 27, n.79, p. 139-151. DOI https://doi.org/10.1590/S0102-69092012000200009
NUCCI, Marina Fisher. (2015a). ‘Não chore, pesquise!’ – Reflexões sobre sexo, gênero e ciência a partir do neurofeminismo. Tese de Doutorado. Programa de Pòs-Graduação em Saúde Coletiva. Rio de Janeiro: Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2015a.
NUCCI, Marina Fisher. (2015b). ‘Não chore, pesquise!’ – Reflexões sobre sexo, gênero e ciência a partir do neurofeminismo. Anais da V Reunião de Antropologia da Ciência e Tecnologia. Porto Alegre-RS.
PEIRANO, Mariza. (2014). Etnografia não é método. Horizontes Antropológicos, ano 20, n. 42. Porto Alegre, p. 377-391. DOI http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832014000200015
PINHEIRO, Diego Alano de Jesus. (2016). “Crianças especiais para famílias especiais”: Os sentidos de maternidade para mães de bebês com microcefalia em Pernambuco. Anais da 30ª Reunião de Antropologia Brasileira. João Pessoa-PB.
PIMENTEL, Camila. (2018). Compreensões e papéis da tecnologia no ideário do parto humanizado. 31ª Reunião de Antropologia Brasileira. Brasília.
REUNIÃO DE ANTROPOLOGIA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA. (2019). Anais da ReACT - Reunião de Antropologia da Ciência e Tecnologia 2014-2019. Disponível em: <https://ocs.ige.unicamp.br/ojs/react/issue/archive>. Acesso em jul. 2019.
ROHDEN, Fabíola; MONTEIRO, Marko. (2019). Para além da ciência e do anthropos: deslocamentos da antropologia da ciência e da tecnologia no Brasil. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais – BIB, n. 89, p. 1-33. DOI 10.17666/bib8907/2019
SEGATA, Jean; RIFIOTIS, Theophilos. (2016). Antropologia e Cibercultura. In: SEGATA, Jean; RIFIOTIS, Teophilos. (org.). Políticas Etnográficas no Campo da Cibercultura. Brasília: ABA Publicações, p. 9-20.
TRAMONTANO, Lucas. (2017). ‘Corpo de monstro, mente de cientista’: contradições nos discursos médicos e leigos acerca do uso da testosterona como anabolizante muscular. Anais da VI Reunião de Antropologia da Ciência e Tecnologia. São Paulo-SP.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Cadernos de Campo (São Paulo - 1991)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autorizo a Cadernos de Campo - Revista dos Alunos de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo (PPGAS-USP) a publicar o trabalho (Artigo, Ensaio, Resenha, Tradução, Entrevista, Arte ou Informe) de minha autoria/responsabilidade assim como me responsabilizo pelo uso das imagens, caso seja aceito para a publicação.
Eu concordo a presente declaração como expressão absoluta da verdade, também me responsabilizo integralmente, em meu nome e de eventuais co-autores, pelo material apresentado.
Atesto o ineditismo do trabalho enviado.