Investidas invertidas: performance e política na obra de Kent Monkman/Mischief
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v20i20p149-166Palavras-chave:
Indianidade, Sexualidade, PerformanceResumo
Entre 2007 e 2008, esteve em exibição no National Museum of the American Indian, a exposição “Remix: New Modernities in a Post-Indian World”, composta por 15 artistas indígenas mestiços, que através de seus trabalhos problematizaram as fronteiras da autenticidade, da criatividade das indianidades contemporâneas, e do sentido de afirmar-se indígena hoje. Black Indians, Gay Native, dilemas da cibercultura, dentre outras imagens estiveram presentes nas remixagens “pós-indígenas”, que experimentaram novas acepções sobre corpo, gênero, etnicidade, territorialidade e transitorialidade. O objetivo deste artigo é refletir sobre a produção de Kent Monkman, gay, ascendência cree, desde esta exposição até a atualidade. Através da personagem drag-queen half-breed Miss Chief, inspirada na cantora Cher, e constituída em suas pinturas, fotografias e vídeo-arte, Monkman tem realizado performances reinventando a romântica imagística oitocentista que inscreve os “noble savage” em sublimes paisagens, questionando estereótipos da sexualidade na conquista européia e explorando relações com xenofobia e imperialismo. Criticado como “erótica do genocídio”, o “trickster” afirma que objetiva inverter poderes e papéis sexuais indígenas tradicionais à ampliação da reflexão sobre o “third gender” nos mundos indígenas norte-americanos. Evocando os “two-spirited”, criticando a mitologia do ultra-macho indígena ao destacar as “perversões” entre índios e brancos, Monkman pergunta-se: quem “desloca” quem?
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Atesto o ineditismo do trabalho enviado.