Leibniz e a conciliação entre fé e razão
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v1i10p59-78Palavras-chave:
Leibniz, Descartes, verdades eternas, fé, razão, CristianismoResumo
Contra a tese cartesiana da criação das verdades eternas, Leibniz sustenta que as leis do pensamento possuem validade absolutamente universal, o que significa que entre Deus e nós há um terreno lógico comum. Caso contrário, não seria viável fornecer a justificativa tanto teórica como moral do mundo, isto é, não haveria uma razão suficiente da criação. Mas mais do que isso, uma vez que entre todos os espíritos - incluindo a inteligência humana e a divina - há uma certa relação de conveniência, a razão, definida como encadeamento de verdades não deve ser contrária à fé, mas, ao contrário, deve fundamentá-la, distinguindo o cristianismo das demais religiões e justificando sua superioridade. Ou seja, a contraposição à afirmação de Descartes segundo a qual as verdades necessárias e eternas são, juntamente com o mundo, criadas, possui em Leibniz, mais do que uma implicação epistemológica, o papel de uma dupla justificação moral, a saber, com relação à criação, por um lado, e à religião cristã, por outro.
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Referências
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