Provar algo não significa convencer o público: lições de pensadoras ‘feministas’ do século XVII
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v39i2p190-202Palavras-chave:
Filosofia Feminista , Querelle des Femmes , Igualdade de GêneroResumo
O presente artigo traz algumas reflexões da filósofa e feminista decolonial Elsa Dorlin sobre o que chamou de feminismo-lógico-filosófico do século XVII, presente nas posições de Marie de Gournay, Anna Maria Van Schurman, François Poullain de la Barre e Gabrielle Suchon. Neste artigo, esse tipo de filosofia é classificado como lógico-igualitarista e recebe uma quinta representante: Mary Astell. Estas filósofas e la Barre defenderam uma igualdade entre os ‘sexos' por meio de argumentos lógicos que visavam demonstrar a igualdade como algo verdadeiro e irrefutável. É nossa intenção apresentar ao público brasileiro algumas das estratégias utilizadas por essas filósofas, e apontadas por Dorlin, no debate sobre a desigualdade ou igualdade entre os sexos. Por fim, focaremos nos motivos pelos quais as estratégias utilizadas não chegaram a atingir seu objetivo: um contexto de juízos e juízes corrompidos.
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