Raça, violência e biopolítica: dos estados de exceção aos corpos de exceção

Autores

  • Andre Constantino Yazbek Universidade Federal Fluminense. Instituto de Ciência Humanas e Filosofia

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v43i2p7-19

Palavras-chave:

Biopolítica, Soberania, Exceção, Raça, Violência, Colonialidade

Resumo

O presente artigo pretende mobilizar a recepção crítica do tema da biopolítica em Michel Foucault segundo os temas da exceção, da raça e da violência política retraçando o que se poderia chamar de uma “soberania biopolítica”, com destaque para a exploração da matriz ou do padrão colonial do poder e da violência soberana propriamente moderna. Para tanto, serão exploradas as interlocuções das obras de Giorgio Agamben e Achille Mbembe com a reflexão foucaultiana sobre o governo das populações e com a temática da exceção soberana em Carl Schmitt e, por fim, a articulação dos “territórios” aos “corpos de exceção”, tal como proposto por Sidi Barkat.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Andre Constantino Yazbek, Universidade Federal Fluminense. Instituto de Ciência Humanas e Filosofia
    Mestre e Doutor em Filosofia pelo Programa de Estudos Pós-graduados em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), instituição na qual iniciou sua carreira docente. Dedica-se ao estudo das principais correntes da filosofia francesa contemporânea, com destaque para as obras de Jean-Paul Sartre, Maurice Merleau-Ponty e Michel Foucault. É autor dos livros: "Itinerários Cruzados: os caminhos da contemporaneidade filosófica francesa nas obras de Jean-Paul Sartre e Michel Foucault" (*EDUC/FAPESP, 2010) e "10 Lições sobre Foucault" (Vozes, 2012). Atualmente, é professor de Filosofia Contemporânea do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Fluminense (UFF).

Referências

AGAMBEN, G. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua, I. Trad. de Henrique Burigo. São Paulo: Boitempo, 2007.

AJARI, N. “L’état d’exception (post)colonial. Généalogie et actualité d’un concept”. In: En Jeu. Histoire et mémoires vivantes, n. 5, pp. 33-43, jun. 2015.

BARKAT, S. Le Corps d’Exception: les artifices du pouvoir colonial et la destruction de la vie. Paris: Editions Amsterdam, 2005.

FANÓN, F. Piel negra, máscaras blancas. Trad. de Iría Álvarez Moreno, Paloma Monleón Alonso y Ana Useros Martín. Madrid: Akal, 2016.

FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade. Curso no Collège de France (1975-1976). Trad. de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

FOUCAULT, M. “A tecnologia política dos indivíduos”. MOTA, M. B. (ed.). Ditos e Escritos, vol. V: Ética, sexualidade, política. Trad. de Elisa Monteiro e Inês Autmn Dourado Barbosa. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.

FOUCAULT, M. A vontade de saber. História da sexualidade, v. 1. Trad. de Maria Thereza da Costa. Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2017.

KALYVAS, A. “Carl Schmitt’s postcolonial imagination”. In: Wiley Constellations, v. 25, n. 1, pp. 35-53, março 2018.

MBEMBE, A. “Necropolitica”. In: Arte & Ensaios, n. 32, pp. 122-151, dez. 2016.

MBEMBE, A. Políticas da Inimizade. Trad. de Marta Lança. Lisboa: Antígona, 2017.

MIGNOLO, W. “El pensamiento decolonial: desprendimiento y apertura. Un manifiesto”. CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (eds.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, 2007.

MIGNOLO, W. The darker side of western modernity: global futures, decolonial options. Durham: Duke University Press, 2010.

SCHMITT, C. Political Theology: four chapters on the concept of sovereignty. Trad. de George Schwab. Chicago: University of Chicago Press, 2006.

SCHMITT, C. “The Grossraum order of international law with a ban on intervention for spatially foreign powers: A contribution to the concept of Reich in international law (1939 –1941)”. NUMAN, T. (ed.). Writings on war. Cambridge: Polity Press, pp. 75-214, 2011.

SCHMITT, C. O Nomos da Terra no Direito das Gentes no Jus Publicum Europaeum. Trad. de Alexandre Franco de Sá, Bernardo Ferreira, José Maria Arruda e Pedro Hermílio Villas Bôas Castelo Branco. Rio de Janeiro: Contraponto, 2014.

SCHMITT, C. Der Begriff des Politischen. Berlim: Duncker & Humblot, 2020.

SCHWARZ, R. “As ideias fora do lugar”. Estudos CEBRAP, 5, pp. 151-161, 1973.

SVIRSKY, M.; BIGNALL, S. “Introduction”. SVIRSKY, M.; BIGNALL, S. (eds.). Agamben and Colonialism. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2012.

YAZBEK, A. “Soberania e violência biopolítica neoliberal: revisitando o paradigma da guerra no pensamento de Michel Foucault”. In: Revista Natureza Humana, São Paulo, v. 23, n. 2, pp. 46-62, 2021.

Downloads

Publicado

2024-12-20

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Yazbek, A. C. (2024). Raça, violência e biopolítica: dos estados de exceção aos corpos de exceção. Cadernos De Ética E Filosofia Política, 43(2), 7-19. https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v43i2p7-19