Raça, violência e biopolítica: dos estados de exceção aos corpos de exceção
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v43i2p7-19Palavras-chave:
Biopolítica, Soberania, Exceção, Raça, Violência, ColonialidadeResumo
O presente artigo pretende mobilizar a recepção crítica do tema da biopolítica em Michel Foucault segundo os temas da exceção, da raça e da violência política retraçando o que se poderia chamar de uma “soberania biopolítica”, com destaque para a exploração da matriz ou do padrão colonial do poder e da violência soberana propriamente moderna. Para tanto, serão exploradas as interlocuções das obras de Giorgio Agamben e Achille Mbembe com a reflexão foucaultiana sobre o governo das populações e com a temática da exceção soberana em Carl Schmitt e, por fim, a articulação dos “territórios” aos “corpos de exceção”, tal como proposto por Sidi Barkat.
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