O poder explicativo da infância no pensamento político de John Locke

Autores

  • Claudia Elias Duarte Universidade de Lisboa. Faculdade de Letras

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v1i18p89-111

Palavras-chave:

John Locke , Robert Filmer , Infância , Família , Poder Paternal

Resumo

Este artigo pretende analisar os pressupostos que sustentam a refutação lockeana do patriarcalismo. Mostrar-se-á que as ideias implicadas na contra-argumentação de Locke – de poder paternal e de família – não partem da sua conhecida noção de liberdade humana. Contra as nossas expectativas, estes argumentos seguem outro caminho, partindo de dois aspectos da vida humana (dependência e fragilidade) que não combinam com a imagem de um homem livre, independente e capaz. Tendo isto presente, esperase ser possível concluir que alguns dos mais importantes argumentos políticos de John Locke estão fundados numa noção de infância; e que esta adquire um estatuto prático e teorético semelhante ao dos princípios de liberdade e igualdade humanas. Tal como estes, também a infância revelará um poder real para alcançar o propósito que parece percorrer os Dois Tratados, a saber, definir as fronteiras da autoridade política.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ASHCRAFT, R. “Locke’s State of Nature: Historical Fact or Moral Fiction?” In: ASHCRAFT, R. (Ed.). John Locke Critical Assessments. London and New York: Routledge, 1991, vol. III.

BOLINGBROKE. “Fragments or Minutes of Essays”. In: GOLDIE, M. (Ed.). The Reception of Locke’s Politics. London: Pickering & Chatto, 1999, vol.2.

FILMER, R. “The Originall of Government”. In: SOMMERVILLE, J. P. (Ed.). Patriarcha and Other Writings. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.

LOCKE, J. Dois Tratados do Governo Civil. Tradução, introdução e notas de Miguel Morgado. Lisboa: Edições 70, 2006.

LOCKE, J. Some Thoughts Concerning Education. Oxford: Oxford University Press, 1989.

LOCKE, J. Two Treatises of Government. Edited by Peter Laslett. 2. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1967.

PANGLE, T. L. The Spirit of Modern Republicanism: the moral vision of the American founders and the philosophy of Locke. Chicago: The University of Chicago Press, 1988.

TARLTON, C. D. “A Rope of Sand: Interpreting Locke’s First Treatise of Government”. In: ASHCRAFT, R. (Ed.). John Locke Critical Assessments. London and New York: Routledge, 1991, vol. III.

ZUCKERT, M. P. “An Introduction to Locke’s First Treatise”. In: ASHCRAFT, Richard (Ed.). John Locke Critical Assessments. London and New York: Routledge, 1991, vol. III.

ZUCKERT, M. P. Launching Liberalism: on Lockean political philosophy. Kansas: University Press of Kansas, 2002.

STRAUSS, L. Droit naturel et Histoire. Tradução francesa de Monique Nathan. Paris: Librairie Plon, 1954.

Downloads

Publicado

2011-06-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Duarte, C. E. (2011). O poder explicativo da infância no pensamento político de John Locke. Cadernos De Ética E Filosofia Política, 1(18), 89-111. https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v1i18p89-111