A migração de portugueses e luso-angolanos para a América Latina (1975-1977)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2595-2536.v31i1p281-295Palavras-chave:
Angola, África, Descolonização, Migração, América LatinaResumo
Durante o ano de 1975 meio milhão de pessoas chegaram a Portugal vindas das antigas colônias africanas (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde), predominantemente dos dois primeiros, as principais colônias lusitanas no século XX. Incapaz de acomodar esse grande volume de pessoas, assolado por grave crise econômica, Portugal solicitou auxílio. Houve negociações diplomáticas entre o país e o Comitê Intergovernamental para as Migrações Europeias (CIME), atual Organização Internacional para as Migrações (OIM). Por meio dessa instituição foram contatados países da América Latina, Brasil, Argentina e Venezuela, para que tais países recebessem parte dos migrantes que majoritariamente vinham de Angola. A grande maioria deles se instalou no Brasil. O governo criou uma força tarefa para auxiliá-los na chegada. Muitos foram auxiliados pela comunidade portuguesa. Desses, entre 80 e 90% retornaram a Portugal nos anos 1980. Quanto aos demais países da América Latina, a Venezuela, que tem a segunda maior colônia portuguesa da região, recebeu migrantes devido ao boom de exploração petrolífera. A Argentina, onde portugueses constituem o terceiro maior grupo de migrantes, recebeu um grupo menor.
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