“Por favor, amor, não pense que sou 171”: uma análise da representação do pagode no caderno ilustrada, da Folha de São Paulo, entre 1995 e 1997

Resumo

O presente estudo teve por objetivo analisar as representações do pagode romântico e dos seus sujeitos periféricos veiculadas pelo caderno Ilustrada do Jornal Folha de São Paulo durante os anos de 1995, 1996 e 1997. Foram anos nos quais houve grande vendagem no estilo musical estudado. Este trabalho caracteriza-se como qualitativo e quantitativo, combinando a pesquisa documental e a revisão bibliográfica. Como método de pesquisa foi utilizada a análise de mídia. Observou-se como a seção de cultura e entretenimento do jornal Folha de São Paulo influenciou na construção de um imaginário coletivo que entende o pagode romântico como um estilo musical inferior, massificado e para ouvintes de classes sociais menos abastadas. Da análise do material emergiram as seguintes questões: “é ou não samba?”; “o pagode ajudou em uma retomada do samba tradicional no mercado fonográfico em meados da década de 1990?”; além da comprovação de paradigmas de “alta” e “baixa” cultura e estereótipos ligados à raça e classe social.