“Santa luzia a luz do dia clareou e me fez ver a vida com muito mais cor”: sonhos e perspectivas da juventude pagodeira dos anos 90
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2595-2536.v36i1p261-273Palavras-chave:
Pagode Romântico, Pagode 90, História Oral Decolonial, Periferia, Identidade PeriféricaResumo
Este artigo analisa os depoimentos de dois amantes do Pagode Romântico: Fernanda e Iranildo, sujeita e sujeito periférico, que viveram intensamente a cena pagodeira dos anos 1990. Os relatos compartilhados neste texto são parte de minha pesquisa de mestrado, que está em andamento. A metodologia utilizada para dar ouvidos às memórias de Nanda e Iranildo é a história oral decolonial. Seus depoimentos revelam uma periferia que “cresceu nos espaços vazios” da cidade, enfrentando a ausência de infraestrutura básica e a violência do Estado. Por meio dessas histórias, o artigo busca destacar a relevância do pagode romântico enquanto movimento cultural de resistência e pertencimento, fundamental para a afirmação das identidades e o fortalecimento dos laços, ecoando a luta e o sonho de uma geração que resistiu, criou e se transformou por meio da música.
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