Culturas infantis e quadrinhos: entre subordinações e resistências
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2595-2536.v25i1p83-100Palavras-chave:
Crianças, Culturas infantis, História em quadrinhos, Adultocentrismo.Resumo
Este trabalho apresenta o resultado de uma pesquisa de doutorado realizada em uma pré-escola municipal com crianças de 3 a 5 anos de idade. Teve como objetivo, investigar a produção das culturas infantis a partir das experiências com a linguagem das histórias em quadrinhos (HQs). Neste sentido, voltou seu olhar para as produções gráficas das crianças de modo a compreender como estas se apropriam dos códigos das HQs, o que deles reproduzem e (re)inventam. Trata-se de um estudo de caso em que foram utilizados como procedimentos metodológicos: a observação e registro de campo, relatos orais, análise de documentos, análise das HQs e desenhos das crianças. Buscou-se a interlocução com a filosofia, sociologia da infância, pedagogia da infância e arte. Demonstra-se serem as HQs parte da cultura material da infância, que as crianças compartilham entre si, com as professoras e com suas famílias. Constatou-se um trabalho pedagógico escolarizante que, marcado por uma visão adultocêntrica, procura acelerar processos de escrita e formar para competências. Deparou-se com movimentos de resistências das crianças, que reivindicavam constantemente gestos de ruptura contra tal modelo.
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