Women's Torah: a escrita no limite da (im)possibilidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-8051.cllh.2024.222156

Palavras-chave:

Soferet, Sêfer Torá, Escribas, Protagonismo feminino

Resumo

Apresentado no I Congresso Internacional de Estudos Judaicos da Universidade de São Paulo.

A Torá é o livro fundador da tradição judaica, e como tal, foi e ainda é transmitida de geração em geração da mesma forma e com os mesmos materiais dos tempos primevos. A continuidade do manuscrito em pergaminho encontra sua fundamentação no caráter sagrado do livro, que é enfatizado por regras direcionadas aos mantenedores da tradição: escribas. Durante a maior parte dessa história de continuidade, o ofício de escriba foi assumido apenas por homens, que receberam o mandato divino de copiar o manuscrito da Torá. Às mulheres foi vedada a possibilidade de se inscreverem nessa tradição, por força de uma proibição talmúdica. Essa proibição começou a ser questionada e algumas mulheres ingressaram no ofício de escribas do livro sagrado, abraçando todos os questionamentos e desafios dessa empreitada. No presente artigo, relata-se a história do projeto Women’s Torah, que reuniu seis mulheres escribas, as quais escreveram um Sefer Torá para uma Sinagoga Judaica de Seattle.

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Publicado

2024-12-30

Edição

Seção

HISTÓRIA E ABORDAGENS SÓCIO-CULTURAIS

Como Citar

Campos, D. C. (2024). Women’s Torah: a escrita no limite da (im)possibilidade. Cadernos De Língua E Literatura Hebraica, 26, 143-156. https://doi.org/10.11606/issn.2317-8051.cllh.2024.222156