“O teatro é primeiramente uma arma política”: entrevista com Élie Stephenson

Autores

  • Rodrigo Silva Ielpo Universidade do Rio de Janeiro
  • François Weigel Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Élie Stephenson Sem registro de afiliação

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2359-5388.i25p259-272

Resumo

Nascido em Caiena, Guiana Francesa, em 1944, Élie Stephenson é um dos grandes escritores guianenses. Autor de diversos livros, passeando entre os mais diferentes gêneros como a poesia, o romance, o conto e o teatro, sua obra traz a marca de um ativismo pleno de lirismo e coragem. Em seu teatro, a relação entre estes termos dá especial relevância ao problema do confronto entre modos de vida distintos, marcados, especialmente, pela oposição entre guianenses e metropolitanos, o que o permite criticar de forma contundente a problemática relação colonialista da França com a Guiana. Escritas, como o próprio autor declara, para o povo, suas peças funcionariam, assim, como dispositivo de desalienação e resistência à dominação francesa, dominação esta que Élie, assim como Nora, sua esposa, não cessam de denunciar. Isso explica o lugar de destaque que o crioulo da Guiana tem em sua literatura dramática. Construindo um espaço de intimidade, o uso desta língua possibilita a seu autor circunscrever um conjunto de questões que, por esta via, podem deixar o corpo individual do escritor e reverberar como singularidade pela adjunção do coro de vozes que de fato a enuncia: o povo. E se, ao contrário de sua obra poética, tão vasta quanto suas peças, seu teatro parecia fadado a não deixar o espaço do manuscrito, de uns tempos para cá, ele vem sendo editado, como prova a publicação, em 2018, do livro Œuvre Théâtrale Inédite.

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Biografia do Autor

  • Rodrigo Silva Ielpo, Universidade do Rio de Janeiro

    Rodrigo Ielpo é professor de Língua e Literaturas de Língua Francesa no curso de Letras Português-Francês da UFRJ e pesquisador no Programa de Pós-graduação em Letras Neolatinas – PPGLEN da mesma universidade.

  • François Weigel, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    François Weigel é professor de Língua Francesa e Literaturas da UFRN e é diretor do Grupo de pesquisa do CNPq “O Brasil, a França e o mundo francófono”.

Referências

STEPHENSON, Élie. Ô Mayouri. Paris: L’Harmattan, [co-édit. M. Fauquenoy, 1988.

STEPHENSON, Élie. La nouvelle légende de D’Chimbo suivi de Massak. Matoury: IBIS ROUGE EDITIONS, 1996.

STEPHENSON, Élie. Les rituels du vent. Paris: L’Harmattan, 2013.

STEPHENSON, Élie. L’œuvre théâtrale inédite d’Élie Stéphenson (1974-1990). Paris: Karthala, 2018.

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Publicado

2022-12-22

Como Citar

“O teatro é primeiramente uma arma política”: entrevista com Élie Stephenson. (2022). Cadernos De Literatura Em Tradução, 25, 259-272. https://doi.org/10.11606/issn.2359-5388.i25p259-272