Traduzindo One Art
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2359-5388.i28p85-97Palavras-chave:
One Art, Experiência poética, Efeito estético, Significado, PerformatividadeResumo
Tomando como ponto de partida a tradução que Paulo Henriques Britto fez do célebre poema de Elizabeth Bishop (One Art), o presente texto descreve um processo tradutório baseado numa concepção alternativa de “significado”. Em lugar das noções de “efeito estético total” e “experiência poética”, a tradução proposta explora não o que o poema – alegórica, retórica ou meta-poeticamente – representa, mas sua performatividade, vale dizer, a capacidade de, efetivamente, fazer mundos. Esse significado performativo é buscado na própria construção da villanelle de Bishop, em especial no uso que faz dos vocativos “pratique” e “Escreva!”.
Downloads
Referências
ADAMS, Stephen. Poetic designs: An Introduction to Meters, Verse Forms, and Figures of Speech. Peterborough: Broadview Press, 1997.
ASCHER, Nelson. Poesia alheia. 124 poemas traduzidos. Rio de Janeiro: Imago, 1998.
AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer. Tradução Danilo Marcondes Filho. Porto Alegre: Artes médicas, 1990.
BARTHES, Roland. “A morte do autor”. In: BARTHES, Roland. O rumor da língua. Tradução Mario Laranjeira. São Paulo: Martins Fontes, 2004, p. 57-64.
BISHOP, Elizabeth. Geography III. New York: Farrar, Straus and Giroux, 1976.
BISHOP, Elizabeth. Poemas escolhidos. Seleção, tradução e textos introdutórios Paulo Henriques Britto. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
BRITTO, Paulo Henriques. “Correspondência Formal e Funcional em Tradução Poética”. In: SOUZA, Marcelo Paiva de et al. Sob o signo de Babel: literatura e poéticas da tradução. Vitória: PPGL; MEL; Flor & Cultura, 2006.
DAVIDSON, Donald. Essays on actions and events. Oxford: Clarendon Press, 2011.
DERRIDA, Jacques. “Signature event context”. In: DERRIDA, Jacques. Limited Inc. Evanston: Northwestern University Press, 1998, p. 1-23.
DICIONÁRIO inglês-português. Antônio Houaiss, editor; Ismael Cardin, co-editor. Rio de Janeiro: Record, 1998.
FISCHER-LICHTE, Erika. The Transformative Power of Performance. A New Aesthetics. London: Routledge, 2008.
KANE, Julie Ellen. “The Myth of the Fixed-Form Villanelle”. In: Modern Language Quarterly, 64.4 (2003), p. 427-443.
LEONIDIO, Otavio. Contexto e melancolia. Inédito.
LEONIDIO, Otavio. Objeto improprio. Arte, política e o contemporâneo. Rio de Janeiro: PUC-Rio; Numa, 2024.
McFARLAND, Ronald E. The Villanelle: The Evolution of a Poetic Form. Moscow, ID: University of Idaho Press, 1987.
RANDOM HOUSE Webster’s Unabridged Dictionary. New York: Random House, 1999.
THOMAS, Dylan. Poemas reunidos (1934-1953). Editado por Walford Davis e Ralph Mauad. Tradução de Ivan Junqueira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1991.
TRAVISANO, Thomas. Love Unknown: The Life and Worlds of Elizabeth Bishop. New York: Viking Press, 2019.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Otavio Leonidio

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.