Educomunicação socioambiental no quilombo Mata Cavalo: narrativas e resistências de uma comunidade tradicional mato-grossense
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v27i1p61-72Palavras-chave:
Emergência climática, Educomunicação socioambiental, Audiovisual, Quilombo Mata Cavalo, FenomenologiaResumo
Este artigo apresenta e discute resultados obtidos em uma dinâmica educomunicativa com estudantes dos ensinos fundamental e médio da Escola Estadual Professora Tereza Conceição de Arruda, no quilombo Mata Cavalo (MT). A metodologia da investigação, de caráter qualitativo, está amparada pela fenomenologia onírica de Gaston Bachelard e pela cartografia do imaginário de Michèle Sato. Como recurso de obtenção de dados, utilizamos a observação e a entrevista em profundidade. Identificamos que o fenômeno da emergência climática atinge o quilombo e seus efeitos são mais graves em uma população em situação de vulnerabilidade. Concluímos que a educomunicação socioambiental, em argumentos audiovisuais, comunica a crise do clima que afeta a comunidade e coloca-se como manifestação de resistência dos estudantes quilombolas.
Downloads
Referências
BACHELARD, Gaston. A água e os sonhos: ensaio sobre a imaginação da matéria. Tradução de Antonio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BACHELARD, Gaston. A psicanálise do fogo. Tradução de Paulo Neves. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
BACHELARD, Gaston. A terra e os devaneios da vontade: ensaio sobre a imaginação das forças. Tradução de Maria Ermantina de Almeida Prado Galvão. 4. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013.
BACHELARD, Gaston. O ar e os sonhos: ensaio sobre a imaginação do movimento. Tradução de Antonio de Pádua Danesi. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
BEZERRA, Graziele. Morre aos 113 anos Antônio Mulato, o quilombola mais velho do país. Rádio Agência Nacional, Brasília, DF, 16 set. 2018. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/geral/audio/2018-09/morre-aos-113-anos-antonio-mulato-o-quilombola-mais-velho. Acesso em: 4 jun. 2021.
CARVALHO, Sonia Aparecida de. A justiça ambiental como instrumento de garantia dos Direitos Fundamentais Sociais e Ambientais no Estado Transnacional. Revista Eletrônica Direito e Política, Itajaí, v. 8, n. 2, p. 981-1004, 2013.
DUARTE, Jorge. Entrevista em profundidade. In: BARROS, Antonio; DUARTE, Jorge. Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. p. 62-83.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 48. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2018.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 58. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014. INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE. Chapter 2: Land-climate interactions. Geneva: IPCC, 2019. Disponível em: https://www.ipcc.ch/site/assets/uploads/2019/08/2c.-Chapter-2_FINAL.pdf. Acesso em: 4 jun. 2021.
INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE. Climate change 2014: synthesis report. Geneva: IPCC, 2014. Disponível em: https://ar5-syr.ipcc.ch/ipcc/ipcc/resources/pdf/IPCC_SynthesisReport.pdf. Acesso em: 4 jun. 2021.
LEROY, Jean P. Justiça climática, um direito humano negado. Democracia Viva, Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: https://issuu.com/ibase/docs/democracia-viva-43. Acesso em: 2 maio 2022.
LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva. Tradução de Luiz Paulo Rouanet. 10. ed. São Paulo: Loyola, 2015.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. A comunicação na educação. Tradução de Maria Immacolata Vassalo de Lopes e Dafne Melo. São Paulo: Contexto, 2014.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. Desafios culturais da comunicação à educação. Comunicação & Educação, São Paulo, v. 18, p. 51-61, 2000.
MERCURI, Isabela; PACHECO, Ronaldo. Antônio Mulato comemora 113 anos de luta vivendo no quilombo de Mata Cavalo. Olhar Conceito, Cuiabá, 13 jun. 2018. Disponível em: https://www.olharconceito.com.br/noticias/exibir.asp?id=15576¬icia=antonio-mulato-comemora-113-anos-de-luta-vivendo-no-quilombo-de-mata-cavalo. Acesso em: 4 jun. 2021.
MILANEZ, Bruno; FONSECA, Igor Ferraz. Justiça climática e eventos climáticos extremos: uma análise da percepção social no Brasil. Terceiro Incluído, Goiânia, v. 1, n. 2, p. 82-100, 2011.
OROZCO GÓMEZ, Guillermo. Educomunicação: recepção midiática, aprendizagens e cidadania. Tradução de Paulo F. Valério. São Paulo: Paulinas, 2014.
PASSOS, Luiz Augusto; SATO, Michèle. Notas desafinadas do poder e do saber: qual a rima necessária à educação ambiental? Contrapontos, Itajaí, v. 3, n. 1, p. 9-26, 2003.
RAMMÊ, Rogério S. A política da justiça climática: conjugando riscos, vulnerabilidades e injustiças decorrentes das mudanças climáticas. Revista de Direito Ambiental, São Paulo, v. 65, 2012.
RAMOS, Marina C. Políticas públicas de adaptação às mudanças climáticas em face das populações vulneráveis e da justiça climática. 2015. Dissertação (Mestrado em Direito Econômico e Político) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2015.
SANTAELLA, Lúcia. A aprendizagem ubíqua na educação aberta. Tempos e Espaços em Educação, São Cristóvão, v. 7, n. 14, p. 15-22, 2014.
SANTAELLA, Lúcia. Desafios da ubiquidade para a educação. Revista Ensino Superior Unicamp, Campinas, n. 9, p. 19-28, 2013.
SATO, Michèle. Cartografia do imaginário no mundo da pesquisa. In: ABÍLIO, Francisco J. P. (org.). Educação ambiental para o semiárido. João Pessoa: Editora da UFPB, 2011. p. 539-569.
SENRA, Ronaldo E. F. Por uma contrapedagogia libertadora no ambiente do quilombo Mata Cavalo. 2009. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2009.
SOARES, Ismar de Oliveira. Educomunicação: o conceito, o profissional, a aplicação. 3. ed. São Paulo: Paulinas, 2014.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Thiago Cury Luiz, Michèle Sato

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autorizo a publicação do artigo submetido e cedo os direitos autorais à revista, na versão impressa e eletrônica, caso o mesmo seja aprovado após a avaliação dos pareceristas.
Estou ciente de que os leitores poderão usar este artigo sem prévia solicitação, desde que referidas a fonte e a autoria. Os leitores não estão autorizados a usar este artigo para reprodução, na integra ou em partes, para fins comerciais.