Do buraco ao mundo: segredos, rituais e patrimônio de um quilombo-indígena

Autores

  • Nivaldo Aureliano Léo Neto Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil
  • Larissa Isidoro Miziara Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v14i27espp165-184

Palavras-chave:

Educação patrimonial, Educação indígena, Quilombos

Resumo

Quando problematizamos os processos de pesquisa que não levam em consideração a participação dos atores locais naquilo que se apresenta como as suas referências culturais, nos defrontamos com cenários nos quais a cultura do silêncio é imposta. Contrária a essa perspectiva, a ação de educação patrimonial “Do buraco ao mundo” consistiu na condução de processos participativos com a comunidade Tiririca dos Crioulos na busca de suas referências culturais. Localizada no estado de Pernambuco (região Nordeste do Brasil), a Tiririca se autodenomina um quilombo-indígena, fundamentando essa identidade a partir de suas narrativas e relações de parentesco. A ação atuou na produção de materiais didáticos compostos por um “documento sonoro” (CD duplo), vídeos e um livro que são disponibilizados em um blog. As relações foram horizontalizadas na promoção do conhecimento intercultural, reconhecendo que o curso da pesquisa é uma negociação em andamento. Com isso, foram legitimadas outras formas de conhecimento (parteiras, rezadores, artesãs e outras pessoas reconhecidas na comunidade por seus saberes) que não os necessariamente gerados em instituições de ensino e pesquisa formais. As relações de pesquisa assim conduzidas viabilizaram outros espaços de transmissão e produção de conhecimentos, na mediação de experiências educativas que perpassam diferentes gerações nos processos de interação com o (e no) território como fonte de pesquisa. Se do território emergem as experiências, consequentemente os processos de pesquisa se transformaram em uma “pesquisa de si”, com a (re)valorização de importantes personagens locais. Este trabalho apresenta as atividades conduzidas ao longo do primeiro ano da ação “Do buraco ao mundo”.

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Biografia do Autor

  • Nivaldo Aureliano Léo Neto, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil

    Coordenador da ação “Do buraco ao mundo”. Pós-doutorado (PNPD/CAPES) em Educação e Contemporaneidade pela Universidade do Estado da Bahia. Doutor e mestre em Ciências Biológicas pela Universidade Federal da Paraíba. Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Campina Grande. Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual da Paraíba. Professor substituto da Universidade Estadual do Ceará.

  • Larissa Isidoro Miziara, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil

    Coordenadora da ação “Do buraco ao mundo”. Doutoranda em Artes e Cultura Visual pela Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás. Mestra em Antropologia pela Universidade Federal da Paraíba. Graduada em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Professora substituta do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás. Atua nas áreas de Performance e Arte/Educação com populações afroindígenas.

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Publicado

2019-08-30

Como Citar

Léo Neto, N. A., & Miziara, L. I. (2019). Do buraco ao mundo: segredos, rituais e patrimônio de um quilombo-indígena. Revista CPC, 14(27esp), 165-184. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v14i27espp165-184