Planejar práticas educativas em museus de arte: quatro pontos de partida
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v18i35p69-94Palavras-chave:
Educação em museus, Planejamento de museus, Educação artísticaResumo
Estudar planejamento na educação diz respeito, em um primeiro momento, a uma tríade básica de relações que se apresenta já na transitividade relativa do verbo ensinar: quem ensina, ensina algo a alguém. Além disso, há os métodos: é por meio deles que os sujeitos se aproximam dos conteúdos. No presente artigo, proponho pensarmos nesses elementos como os qua-tro aspectos básicos dos quais se pode partir para construir uma prática educativa em um museu de arte. A partir desses componentes simples busco, ao longo do texto, deflagrar um panorama mais complexo, em que características específicas de cada ambiente cultural podem vir a compor os matizes da educação praticada. Desenvolvo tais ideias por meio de exemplos do campo das práticas educativas em museus de arte, obtidos através de levantamento de estado da arte desenvolvido durante pesquisa de douto-rado. Do ponto de vista metodológico, trata-se, assim, de uma pesquisa teórica com levantamento bibliográfico. A investigação se encontra na intersecção entre os campos da semiótica, da comunicação e da educação, tendo especial relevância para minha abordagem ao tema os autores Amálio Pinheiro, François Laplantine, Iuri Lotman, Jesús Martín-Barbero, Paulo Freire e Richard Sennett.
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