Museu Nacional: entre a ruína e o restauro
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v18i36p210-238Palavras-chave:
Projeto de arquitetura, Patrimônio arquitetônico, Museu NacionalResumo
O presente artigo objetiva analisar as propostas arquitetônicas premiadas no concurso de projetos Museu Nacional Vive, organizado em 2020 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para recompor a edificação após o incêndio ocorrido em setembro de 2018. A análise das respostas dadas ao problema da restauração do edifício histórico, assim como as sugestões expressas no edital do concurso, tem como foco identificar em que grau essas soluções valem-se do repertório do campo patrimonial, observadas as necessidades contemporâneas e a legibilidade na salvaguarda do bem cultural em debate. Portanto, os questionamentos que emergem à superfície das análises são evidenciados pelas perguntas: O Museu Nacional/UFRJ é uma ruína? O que expressam as soluções de projeto apresentadas no concurso? De que modo os valores patrimoniais são entendidos como indissociáveis das manifestações culturais, singulares em suas características próprias, dos valores de memória coletivos e, portanto, dos sentidos intangíveis que guardam o patrimônio? Com base nessas indagações, pretende-se lançar luz sobre a restauração de um monumento que carrega as contribuições humanas de diferentes épocas da formação da identidade nacional, bem como de sua função científica enquanto sede do Museu Nacional, primeira instituição desse caráter no país.
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