A destruição dos restos da destruição: Pompeia e Herculano no Museu Nacional do Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v19i37p13-34Palavras-chave:
Patrimônio arqueológico, Acervo museológico, IncêndioResumo
Pertencentes à Coleção Teresa Cristina, peças de Pompeia e Herculano faziam parte da exposição permanente do Museu Nacional quando a instituição foi destruída pelo incêndio devastador de setembro de 2018. Aqueles restos materiais das cidades romanas soterradas pelo Vesúvio em 79 EC, afrescos, joias de bronze, amuletos, vidros, lamparinas e outros objetos da vida cotidiana tinham permanecido debaixo de grossas camadas de material eruptivo por quase dois mil anos. Resgatados em sucessivas escavações arqueológicas ao longo dos séculos XVIII e XIX e, afinal, musealizados, eles retornavam às cinzas, agora do incêndio. A história da formação desse acervo se vincula ao Segundo Reinado por estreitos nexos políticos. Assim, o que se pretende é olhar para a longa trajetória dessas peças, buscando examinar os usos simbólicos de que elas foram objeto no Rio de Janeiro oitocentista.
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