Museu das Remoções da Vila Autódromo: memória comunitária como instrumento da luta pelo direito à moradia
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v19i37p179-206Palavras-chave:
Direito à moradia, Museus comunitários, Renovação urbanaResumo
Às vésperas dos megaeventos esportivos internacionais realizados no Brasil, Copa do Mundo FIFA de 2014 e Jogos da XXXI Olimpíada de 2016, o Rio de Janeiro passou por intensa reformulação territorial com caráter gentrificador e significativo impacto às comunidades carentes. Neste contexto, a comunidade Vila Autódromo, localizada na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, merece destaque por haver resistido à ofensiva política de remoção levada a cabo pela prefeitura municipal. Por meio de intensa mobilização social, a comunidade conquistou o direito de permanecer na área e construiu um museu social, o Museu das Remoções, que conta sua história e denuncia a violenta política de remoções perpetrada pela prefeitura durante a preparação da cidade Olímpica.
Downloads
Referências
ABREU, Mauricio. A evolução urbana do Rio de Janeiro. 4. ed. Rio de Janeiro: IPP, 2008.
AZEVEDO, Lena; FAULHABER, Lucas. Olimpíadas servem para legitimar as remoções. Brasil de Fato. Disponível em: http://www.brasil247.com/pt/247/favela247/180406/%E2%80%9COlimp%C3%ADadas-servem-para-legitimar-asremo%C3%A7%C3%B5es%E2%80%9D.htm. Acesso em: 17 jul. 2024.
BOGADO, Diana. Museu das Remoções da Vila Autódromo: potência de resistência criativa e afetiva como resposta sociocultural ao Rio de Janeiro dos megaeventos. (2017. 438p). Tese (Doutorado em Arquitetura) — Universidade de Sevilha, Sevilha, setembro de 2017.
CHAGAS, Mário. Memória e poder: dois movimentos. Cadernos de Sociomuseologia, v.19, n. 19, p. 1-32, jun. 2002. Disponível em: http://revistas.ulusofona.pt/index.php/cadernosociomuseologia/article/view/367. Acesso em: 10 jul. 2024.
CHAGAS, Mário; GOUVEIA, Inês. Museologia social: reflexões e práticas. Cadernos do CEOM, Chapecó, v. 17, n. 41, p. 9-22, jul. 2014. Disponível em: https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/rcc/article/view/2592. Acesso em: 18 jul. 2024.
CHALHOUB, Sidney. Cidade febril. Companhia das Letras: São Paulo, 2001.
CONSENTINO, Renato. Barra da Tijuca e o Projeto Olímpico: a cidade do Capital. 2015. Dissertação (Mestrado em Planejamento Urbano e Regional) — Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.
FERNANDES, Nelson. Capitalismo e morfologia urbana na longa duração: Rio de Janeiro (século XVIII-XXI). Scripta Nova, Barcelona, v.12, n. 270, p. 26-30, abr. 2008. Disponível em: http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-270-56.htm. Acesso em: 18 jul. 2024.
GARNIER, Jean Pierre. Marsella 2013: el urbanismo como arma de destrucción masiva. GeocritiQ, Barcelona, n. 24, p. 1-3, jan. 2014. Disponível em: https://periferiesurbanes.org/wp-content/uploads/2016/08/Marsella-2013.pdf. Acesso em: 18 jul. 2024.
GIANNELLA, Letícia. Revirando o Porto Maravilha: luta pelo espaço e contradições urbanas na zona portuária do Rio de Janeiro. 2015. Tese (Doutorado em Geografia) — Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2015.
HALBWACHS, Maurice. La mémoire collective. Paris: Presses Universitaires de France, 1968.
HARVEY, David. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 2011.
HARVEY, David. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005.
LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. São Paulo: Centauro, 2001.
LE GOFF, Jacques. História e memória. 3. ed. Campinas: Unicamp, 1994.
MASCARENHAS, Gilmar. Rio de Janeiro 2016: a cidade em movimento. Revista USP, São Paulo, n. 108, p. 49-56, mar. 2016. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/issue/view/8822. Acesso em: 18 jul. 2024.
MIRAFTAB, Faranak. Invited and Invented Spaces of Participation: Neoliberal Citizenship and Feminists Expanded Notion of Politics. Wagadu, n. 1, p. 1-7, dec. 2004. Disponível em: http://www.rrojasdatabank.info/neolibstate/miraftab.pdf. Acesso em: 18 jul. 2024.
PESTANA, Marco. Remoções de favelas no Rio de Janeiro: empresários, Estado e movimento de favelados 1957–1973. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2022.
POLLAK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, Paris. v. 2, p. 3-15, jul. 1989. Disponível em: http://www.uel.br/cch/cdph/arqtxt/Memoria_esquecimento_silencio.pdf. Acesso em: 17 jul. 2024.
ROLNIK, Raquel. A guerra dos lugares: a colonização da terra e da moradia na era das finanças. São Paulo: Boitempo, 2016.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Para descolonizar Occidente. Más Allá Del pensamiento abismal. Buenos Aires: Prometeo Libros, 2010.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2013.
SILVA, Diana Bogado Corrêa; PEIXINHO, Lia. Na luta pelo direito à moradia nasce o Museu das Remoções. e-cadernos CES, n. 36, 2021, 2 maio 2022. DOI: https://doi.org/10.4000/eces.6745. Disponível em: http://journals.openedition.org/eces/6745 . Acesso em: 18 jul. 2024.
VARINE-BOHAN, Hugues de. Entrevista com Hugues de Varine-Bohan. In: ROJAS, Roberto (Org.). Os museus no mundo. Rio de Janeiro: SALVAT, 1979. p. 8-21.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Diana Bogado

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
- Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).





