Processo de produção do desgaste mental relacionado ao trabalho em tecnologias de informação: o caso de Maria Isabel
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.cpst.2024.209882Palavras-chave:
Desgaste mental, Trabalhadores de TI, Estudo de caso, Saúde mental relacionada ao trabalhoResumo
As investigações no Brasil sobre as condições de trabalho e vida de trabalhadores em tecnologias de informação (TI) remontam à década de 1980, quando se observava uma dura realidade, atravessada pelo abandono da profissão, pelo estresse e por conflitos familiares. Atualmente, a vivência das pessoas no setor evidencia a intensificação dos ritmos de trabalho, a solicitação de disponibilidade irrestrita para a atividade e a volatilidade das formações e ferramentas de trabalho. Diante disso, este estudo de caso visa contribuir para a compreensão do processo de produção do desgaste mental relacionado ao trabalho em TI, analisando, conforme proposição do campo da Saúde Mental Relacionada ao Trabalho, os patamares de determinação desse processo – o local de trabalho, a empresa e o contexto regional/nacional – na história de vida laboral de Maria Isabel, uma analista de negócios que relata seu processo de adoecimento. É possível perceber como esses patamares interatuam no sentido do agravamento do desgaste mental da trabalhadora e como o exame das relações espaço-temporais contribui para a explicitação da mediação operada pelo trabalho na vivência dos indivíduos, inclusive no processo de saúde/adoecimento.
Downloads
Referências
Andorka, R. (1987). Time budgets and their uses. Annual Review of Sociology, 13(1), 149-164. https://doi.org/10.1146/annurev.so.13.080187.001053
Castro, B. G. (2013). Afogados em contratos: o impacto da flexibilização do trabalho nas trajetórias dos profissionais de TI [Tese de doutorado. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Unicamp]. Repositório da produção científica e intelectual da Unicamp. http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/280163/1/Castro_Barbara_D.pdf
Highsmith, J., & Cockburn, A. (2001). Agile software development: the business of innovation. Computer, 34(9), 120-127. https://doi.org/10.1109/2.947100
Lima, J. C., & Pires, A. S. (2017). Youth and the new culture of work: considerations drawn from digital work. Sociologia & Antropologia, 7(3), 773-797. https://doi.org/10.1590/2238-38752017v735
Moita, D. S. (2020). Trabalho digital e organização ágil: a vivência espaço-temporal de trabalhadores em tecnologias de informação [Tese de doutorado em Psicologia]. Repositório institucional da UFC. https://repositorio.ufc.br/handle/riufc/53157
Pagliari, M. (2003). A concentração bancária no Brasil a partir da década de 90 [Trabalho de conclusão de curso]. Repositório Institucional da UFSC. https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/108452
Paiva, V., Calheiros, V., & Potengy, G. (2003). Trabalho e estratégias formativas: um exemplo empírico. Cadernos de Pesquisa, 120, 111-128. https://doi.org/10.1590/s0100-15742003000300006
Paparelli, R., Almeida, T. B. de, Silva, D. L. D., & Morgado, L. P. (2019). Adoecimento bancário: construção de estratégias individuais e coletivas para o enfrentamento do desgaste mental relacionado ao trabalho. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 44, e21. https://doi.org/10.1590/2317-6369000015618
Potengy, G. F. (2007). Espaço e tempo no trabalho para as redes de comunicação e informação. Estudos De Sociologia, 11(21), 29-47.
Rocha, L. E. (1996). Estresse ocupacional em profissionais de processamento de dados: condições de trabalho e repercussões na vida e saúde dos analistas de sistemas [Tese de doutorado em medicina]. Biblioteca digital da USP. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-06042010-122152/pt-br.php
Saffioti, H. (2013). A mulher na sociedade de classes: mito e realidade (3a ed.). Expressão Popular.
Santos, M. A. F., Siqueira, M. V. S., & Mendes, A. M. (2010). Tentativas de suicídio de bancários no contexto das reestruturações produtivas. Revista de Administração Contemporânea, 14(5), 925-938. https://doi.org/10.1590/s1415-65552010000500010
Sato, L. (1993). A representação social do trabalho penoso. O conhecimento no cotidiano: as representações sociais na perspectiva da psicologia social, 2, 188-211.
Segnini, L. R. P. (1999). Reestruturação nos bancos no Brasil: desemprego, subcontratação e intensificação do trabalho. Educação & Sociedade, 20(67), 183-209. https://doi.org/10.1590/s0101-73301999000200007
Seligmann-Silva, E. (2011). Trabalho e desgaste mental: o direito de ser dono de si mesmo. Cortez.
Sznelwar, L. (2011). Saúde dos bancários. Gráfica Atitude. http://feteccn.com.br/media/media_noticias_arquivos/927_livro_saude_dos_bancarios.pdf
Soares, A. (1989). A organização do trabalho informático [Dissertação de mestrado em administração]. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Softex. (2019). Overview do setor de tecnologia das informação brasileiro nos últimos dez anos. https://softex.br/download/overview-do-setor-de-tecnologia-da-informacao-brasileiro-nos-ultimos-dez-anos/
Verdélio, A. (2022). Concentração bancária cai para 76,6% em 2021. Agência Brasil. https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2022-10/concentracao-bancaria-cai-para-766-em-2021#:~:text=No%20ano%20passado%2C%20os%20cinco
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Dímitre Moita, Cássio Adriano Braz de Aquino
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e da publicação inicial nesta revista. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicado nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e da publicação inicial nesta revista. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
