Centralidade do trabalho e saúde mental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.cpst.2023.213340

Palavras-chave:

Centralidade do trabalho, Psicodinâmica do trabalho, Saúde mental

Resumo

Partindo da noção de trabalho vivo, Christophe Dejours apresenta a tese da centralidade do trabalho para a subjetividade e a saúde mental. Para tanto, traz à baila a discussão sobre: a atividade, a insuficiência da tarefa e a experiência de fracasso diante do real; bem como a inteligência do corpo e a afetividade, marcando sua transformação à medida que realiza a atividade, em uma relação dinâmica entre o corpo, a subjetividade e a atividade. Não sendo o trabalho algo solipsista, tais elementos se entrecruzam em meio a outrem, o que requisita a cooperação e os aspectos complexos da formulação de regras para a própria atividade e demanda a confiança, a deliberação coletiva. É nesse coletivo, no viver juntos, que pode ocorrer o reconhecimento que, realizado sobre o que é feito, permite a realização de si no campo social, voltando-se para quem o faz, para uma identidade, que é o que protege a saúde mental. Na ausência da convivialidade e reconhecimento, o trabalho produz sofrimento patógeno. Desse modo, Dejours demonstra que nunca há neutralidade do trabalho no que diz respeito à subjetividade e à identidade, possibilitando a realização de si ou sua destruição.

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Biografia do Autor

  • Christophe Dejours, Institut de Psychodynamique du Travail

    Psiquiatra, professor de Psicologia do Trabalho no Conservatoire National dês Arts et Métiers. Membro do Instituto de Psicossomática de Paris e da Association Psychanalytique de France (APF).

Referências

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Publicado

2023-10-02

Edição

Seção

Dossiê - Precarização do trabalho e fragilização da vida

Como Citar

Centralidade do trabalho e saúde mental. (2023). Cadernos De Psicologia Social Do Trabalho, 26, e-213340. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.cpst.2023.213340