Recuperando o tempo perdido: a psicologia e o trabalho não regulado
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v16ispe1p99-110Palavras-chave:
Psicologia do trabalho, Psicologia social do trabalho, Saúde do trabalhador, História da psicologia, Desemprego, Trabalho informal.Resumo
Este artigo focaliza como, no Brasil, a psicologia tem apreendido os fenômenos do mundo do trabalho, identificando temas que são objeto de investigação e de práticas. O utilitarismo forjou seu olhar sobre o trabalho e sobre a Psicologia, e ela deveria gerar conhecimentos e instrumentos para intervir no trabalho. Sua influência está presente na gestão de recursos humanos e esse foi o primeiro campo demarcado, respondendo a demandas gerenciais e ao desenvolvimento das condições para o processo de industrialização. O utilitarismo possivelmente influenciou o fato de os estudos do trabalho na psicologia social terem ficado esmaecidos, pois se ocupavam de temas como identidade, subjetividade, problemas humanos no trabalho e gênero. Outro campo que se configura mais recentemente é o da saúde do trabalhador, um movimento construído por demandas de sindicatos de trabalhadores e pela inclusão da atenção à saúde do trabalhador na política de saúde pública. Embora tardiamente, a psicologia tem procurado recuperar o tempo perdido dedicando-se a estudar o desemprego e o espectro de atividades situadas no “circuito inferior da economia” (Santos, 1979/2004), o que inclui as “profissões esquecidas” (Rio, 1904/2008).
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