Duchamp na América Latina, outra vez: Um percurso por Bolaño, Antelo e Bellatin

Autores

  • Natalie Lima Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i35p25-41

Palavras-chave:

Marcel Duchamp, crítica, montagem, anacronismo, literatura latino-americana

Resumo

Em Maria com Marcel – Duchamp nos trópicos (2010), Raúl Antelo realiza o que chama de “política do anacronismo”: articula ideias, personagens e procedimentos que transitam entre continentes no início do século XX; faz emergir um heterogêneo arquivo ficcional latino-americano em que os trabalhos de Duchamp funcionam como motores críticos para pensar a arte, a política e a literatura na América Latina. Juntamente com Antelo, traz-se dois escritores contemporâneos que operam procedimentos e questões duchampianas de maneiras distintas: Roberto Bolaño e sua apropriação do Ready-made infeliz, em 2666, e Mario Bellatin na ficção El gran vidrio – Trés autobiografias. Ao articularem os jogos de Duchamp em torno do (in)visível, ambos apontam para o revolucionário em sua arte – uma operação que não é retiniana, plástica, mas crítica e filosófica; operação que faz da crítica uma criação. Nesse gesto, ele mesmo crítico, conferem historicidade às invenções do artista francês quando vistas desde a América Latina contemporânea, bem como às suas próprias ficções.

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Referências

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Publicado

2023-08-02

Como Citar

Lima, N. (2023). Duchamp na América Latina, outra vez: Um percurso por Bolaño, Antelo e Bellatin . Revista Criação & Crítica, 35, 25-41. https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i35p25-41