Mukanda Tiodora: ressignificando as margens entre a oralidade e a escrita

Autores

  • Roberta Maria Ferreira Alves Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-7169.crioula.2025.234457

Palavras-chave:

Memória afro-brasileira, Resistência, Escrita Epistolar, Periferia, Identidade

Resumo

O artigo analisa como Mukanda Tiodora (2022), de Marcelo D’Salete, ressignifica a memória afro-brasileira ao integrar narrativa epistolar, estética visual e referências culturais periféricas. A HQ desafia a hegemonia cultural ao conectar a história de São Paulo em 1866 às lutas contemporâneas, utilizando a escrita como registro identitário e resistência. Com base em Munanga, Hall, Gilroy, Nora e Fanon, a pesquisa evidencia a obra como um manifesto que reivindica a centralidade da periferia na produção cultural e na reconstrução da identidade negra.

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Publicado

2025-09-14

Edição

Seção

Dossiê n° 35 - As periferias no centro

Como Citar

Alves, R. M. F. (2025). Mukanda Tiodora: ressignificando as margens entre a oralidade e a escrita. Revista Crioula, 35, 123-152. https://doi.org/10.11606/issn.1981-7169.crioula.2025.234457