O heterônimo ortônimo e o Álvaro de Campos: Do tempo mítico ao tempo das efêmeras sensações
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v11i20p301-321Palavras-chave:
Fernando Pessoa, Heteronímia, Literatura PortuguesaResumo
Sabe-se que os mistérios que se ocultam perante a imarcescível imaginação de Fernando Pessoa, poeta português moderno, são ainda motivo de estudos profundos, tanto mais mediante a popularidade que o poeta alcançou com o reconhecimento após sua morte, dele merecido, e a passagem dos anos. O presente artigo, perante as diversas inquietações que sua obra suscita, investiga um dos vieses da relação que pode ser estabelecida entre os heterônimos pessoanos Álvaro de Campos e Pessoa ele mesmo, ortônimo, almejando compreender tanto as raízes que lhe conturbam a sua efetivação material identitária, quanto a tentativa que empreende em conceber-se alguém. Assim, o próprio Pessoa ele mesmo, tratamo-lo aqui como heterônimo, visto entendermos a identidade pessoana perdida entre suas personas imaginadas/desenhadas por si. No decorrer da leitura, essa proposição mostra-se clara, em face do entendimento de o poeta heteronímico Campos apresentar-se o “eu” mais próprio de Fernando, trazendo à tona ao menos uma possibilidade de agrupamento de sua multiplicidade.
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