Didatismo e militância em dois romances sobre os pobres
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v15i29p343-358Palavras-chave:
Alves Redol, Gaibéus, Luís Romano, Famintos, NeorrealismoResumo
Tenciona-se no presente texto esboçar um estudo comparativo entre os romances Gaibéus, escrito pelo português Alves Redol, e Famintos, escrito por Luis Romano, de Cabo Verde, então colônia portuguesa. Assim, levantaremos convergências entre os contextos de produção de ambos os livros, procuraremos paralelos biográficos entre os autores e nos debruçaremos sobre os textos em si. O ponto de contato mais evidente é o caráter nitidamente social e interventivo que se observa nos dois romances em questão, obras de escritores politicamente engajados e especialmente interessados na denúncia da miséria e da exploração do homem pelo homem. Para além dessas semelhanças temáticas, serão observadas também as soluções formais encontradas por um e outro autor – e aqui vem à tona a antiga discussão sobre os supostos prejuízos estéticos que a militância declarada pode impor ao texto.
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