As Quybyrycas como possibilidade de descolonização por dentro
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v15i30p210-225Palavras-chave:
António Quadros, Luís de Camões, Estado Novo, ColonialismoResumo
O presente artigo busca discutir como a política do Estado Novo, regime ditatorial instituído em Portugal de 1933 a 1974, se apropriou de certos elementos culturais, como a figura de Luís de Camões e sua obra Os Lusíadas, para reforçar e constituir valores que serviriam como modelo para uma sociedade portuguesa ideal. Em contraponto a essa tomada da figura de Camões como validação para a implementação de colônias no continente africano (uma vez que a sua obra remete a um período glorioso da história de Portugal), António Quadros decide fazer uma obra que seria a continuação perdida de Os Lusíadas, com o intuito de desassociar o poeta dos valores imperialistas aos quais o Estado Novo lhe havia condicionado. Propomos, então, neste texto fazer uma análise da obra As Quybyrycas, percebendo de que forma ela proporciona um movimento de descolonização partindo do interior da cultura portuguesa.
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